sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Em Fevereiro houve cinco vezes mais incêndios do que em 2011 só no distrito de Bragança

O distrito de Bragança tem estado debaixo de fogo nos últimos dias. Devido à falta de chuva e às queimadas típicas desta época do ano, multiplicam-se os incêndios.

A Protecção Civil conta cinco vezes mais ocorrências do que no mesmo período do ano passado.Em 2011, entre 1 e 15 de Fevereiro, a Protecção Civil contou 16 ocorrências. Este ano eram já 82 no mesmo período. Os alertas surgem uns atrás dos outros. E, tal como no Verão, os concelhos de Bragança, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta têm sido os concelhos mais afectados. Mas não só. Em Vila Flor, por exemplo, o comandante dos bombeiros, António Martins, diz que também não tem mãos a medir. “A quantidade que tem deflagrado a nível distrital tem sido impressionante. Não tão longos como no Verão mas em quantidade há dias que tem ultrapassado a média do Verão”, garante António Martins, apontando as queimadas como origem principal. “Ainda anteontem tive um incêndio de cinco horas, que queimou cinco hectares, uma área que não se justifica para a época”, diz.

Quase todas as corporações do distrito têm equipas de intervenção permanente, o que tem limitado os problemas da falta de gente, uma vez que nesta altura do ano não está mobilizado o dispositivo especial de combate a incêndios.“Não tenho tido problemas. Lá demora mais cinco ou dez minutos, mas acabo por colmatar as situações”, frisa.

Esta é uma situação que preocupa também Diamantino Lopes, o novo presidente da Federação Distrital de Bombeiros.“Esta é uma preocupação para os bombeiros porque, apesar de haver recursos humanos, que têm sido bem geridos, a resolução destes incêndios acarretam despesas que não estavam previstas e alguém vai ter de as assumir”, diz.

O comandante distrital da Protecção Civil de Bragança também garante que está a acompanhar a situação com alguma preocupação. Sem gravar declarações, Carlos Alves explica este aumento de ocorrências com a meteorologia e a cultura agrícola da região. E garante que já fez sentir algumas destas preocupações ao Comando Nacional de Protecção Civil. Mas frisa que, apesar de estar o tempo seco, as baixas temperaturas permitem controlar os incêndios ao cair da noite. Mas se a chuva continuar sem cair, a situação pode vir a agravar-se.

A GNR teve nota de 77 ocorrências ao nível distrital, este ano, e já deteve um suspeito, anteontem, em Caçarelhos, no concelho de Vimioso, por suspeita de fogo posto.
Escrito por Brigantia (CIR)

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