Parar de fumar é mais difícil para pessoas que não participam de atividades de lazer e também para quem ainda não teve doenças ligadas ao tabaco. Esses foram os principais fatores associados a falhas nas tentativas de deixar o fumo destacados por um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), divulgado na última edição do periódico científico São Paulo Medical Journal.
A pesquisa também indicou que os grupos de apoio contra o tabagismo precisam encontrar estratégias específicas para trabalhar o tema com o público que atendem, levando em conta fatores como idade, sexo e nível de instrução. O trabalho acompanhou, durante seis meses, 100 fumantes em processo de largar o cigarro, dos quais 31 foram bem-sucedidos no período. A importância de conhecermos as principais dificuldades é que, quando atendemos um paciente que tem essas características, temos de saber que devemos tomar um cuidado especial, avalia a psiquiatra Renata Cruz Soares de Azevedo, professora da Unicamp e uma das autoras do estudo. Ela ressalta que há poucas pesquisas que falem sobre o que não funciona no tratamento do tabagismo.
Quem tem hábitos como se exercitar, ler, ir ao cinema ou à igreja consegue com mais facilidade ampliar essas atividades para esquecer o fumo. Elas estavam presentes na vida de 71% das pessoas que venceram o vício no estudo na Unicamp. Essa é a relação, diz Renata, que explica o porquê da falta de lazer dificultar tanto o processo. As pessoas fumam ao menos 20 vezes por dia, e isso ocupa um espaço muito grande. Quando param, têm de preencher o ritual de alguma forma.
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