O presidente da freguesia de Vale de Porco, concelho de Mogadouro, considera que a burocracia inerente ao emparcelamento do território está a "condicionar" a instalação de um projecto "emblemático" para a região transfronteiriça, como o " Self Prevention".
"Espanha está mais perto da Europa que nós. Toda a estrutura fundiária está muito mais avançada e não sabemos quando em Portugal poderemos avançar com o processo de emparcelamento, e isso sim, condiciona todo o projeto do lado português", acrescentou o autarca de freguesia.
A preocupação foi dada a conhecer por um grupo de interessados portugueses, hoje, em Miranda do Douro, no decurso da assembleia-geral do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero-Douro, entidade que agrega cerca de duas centenas de entidades portuguesas e espanholas.
O projecto transfronteiriço visa a prevenção de incêndios com recurso à reintrodução de 150 mil cabeças de gado caprino, promovendo ainda o "desenvolvimento económico e rural" das zonas raianas dos distritos da Guarda, Bragança, e das províncias espanholas de Zamora e Salamanca.
Do lado Espanhol foi dado o primeiro passo, para a instalação da primeira exploração de gado caprino. São 200 cabeças de gado que " fiscalizam" uma parcela importante da localidade de Robeleda, situada no extremo sul da província de Salamanca (Espanha).
"O projeto é uma forma de prevenir os incêndios florestais e ao mesmo tempo aproveitar um recurso natural de forma a criar mais-valias económicas em tempo de crise. O terreno é público, nós temos que aproveitar o que temos, sendo isto um duplo benefício para as populações", acrescentou o alcaide espanhol.
Por seu lado, o presidente do AECT, José Luis Pascual disse que o primeiro projeto do lado português poderá arrancar em Vimioso, distrito de Bragança, cuja responsabilidade da instalação da unidade de produção de gado caprino cabe a um particular que já disponibilizou 400 hectares de terreno para o efeito.
Havendo outro investimento previsto para Palaçoulo (Miranda do Douro), os quais estarão a funcionar no primeiro semestre de 2012.
Os responsáveis pelo AECT estimam que em 2012 o " Self Prevention" estará em " velocidade de cruzeiro" em toda a região transfronteiriça" defenderam, hoje, em Miranda do Douro, os promotores da iniciativa.
Os governos português e espanhol "comprometem-se" no início do projeto a assegurar o financiamento 50 por cento do seu valor.
Para além do investimento global de 88 milhões de euros está prevista a criação de 700 postos de trabalho directos.
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