A Liga dos Bombeiros Portugueses decidiu, sábado, "não passar cheques em branco" ao Ministério da Saúde e admitiu "acções de protesto público", se o grupo de trabalho encarregado reduzir os custos do transporte de doentes "se revelar infrutífero".
Em declarações à Lusa, Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), disse que a Liga vai acompanhar o grupo de trabalho, criado na passada quinta-feira e que tem 60 dias para criar medidas que reduzam em 20 por cento os custos do transporte de doentes, de modo a fazer uma avaliação dos resultados antes de terminado o prazo.
"Se [os resultados] forem positivos, no sentido de minimizar os efeitos provocados pela actual situação, então validaremos as conclusões mas, se os sinais identificados forem no sentido da não obtenção dos resultados que possam resolver a actual situação, então os bombeiros vêem-se forçados a passar a uma outra fase", afirmou o dirigente, após o Conselho Nacional da LBP que hoje se realizou.
Esta "outra fase", disse, passará por "uma campanha massiva de esclarecimento da população (...) e a intervenção e protesto junto de órgãos de soberania", tanto junto da Assembleia da República como junto do Ministério da Saúde.
"Admitimos mesmo, no caso do trabalho se vier a revelar infrutífero, passar a uma fase seguinte - que não desejamos mas que, se formos obrigados a fazê-lo, não nos resta outra possibilidade - que é passar a acções de protesto público", reiterou Duarte Caldeira.
O responsável disse ainda que, de acordo com um levantamento da LBP, "se nada for feito nos próximos dois a três meses, teremos menos mil postos de trabalho, ou seja, mil dispensas de contratos de bombeiros profissionais, o que seria uma verdadeira catástrofe social".
O grupo de trabalho, criado na quinta-feira, por despacho em Diário da República e composto por elementos da tutela e da Liga, tem 60 dias a contar dessa data para elaborar medidas que compatibilizem o objectivo de reduzir os custos do transporte de doentes em 20 por cento (imposto pelo memorando de entendimento com a 'troika', Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) com a especificidade dos serviços prestados pelos bombeiros às populações".
Fonte: Jornal de Notícias/Mafra Hoje
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