O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses estranha a demora na renovação de contratos no Centro Hospitalar do Nordeste, depois de o ministério da Saúde já ter autorizado o prolongamento dos vínculos que estavam a prazo. Elisabete Barreira, enfermeira no hospital de Bragança e dirigente sindical, garante que o despacho a dar essa autorização já tem mais de duas semanas.
“Não compreendemos porque é que sendo o despacho de cinco de Dezembro e as pessoas não são chamadas”, diz.
Elisabete Barreira diz ainda que a saída daqueles profissionais de saúde deixou vários serviços do Centro Hospitalar do Nordeste numa situação caótica.
“Os serviços estão em ruptura e o Ministério da Saúde e a Ordem dos Enfermeiros sabem-no. Há falta de gente, sobretudo enfermeiros. Há cerca de 50 pessoas que se reformaram este ano e nenhuma delas foi substituída, para além dos que estavam a contrato a termo certo e foram mandados para casa”, frisa.
No entanto, já anteriormente, a Administração do Centro Hospitalar do Nordeste explicou que as horas a mais estavam contabilizadas num banco de horas e que seriam posteriormente gozadas como folgas.
Quanto à demora na chamada dos profissionais de saúde, o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste, Henrique Capelas, explica que tem havido uma demora na resposta aos pedidos de autorizações para as renovações dos vínculos.
“Há profissionais de saúde, de vários grupos, cujos contratos terminaram, receberam as suas cartas em casa, aguardamos pelas respectivas autorizações, que têm chegado. Na próxima semana chegarão mais autorizações. E com certeza que esses profissionais serão contactados. Hoje está na moda vir com umas bandeiras para a rua, dá protagonismo, mas podiam dirigir-se aos recursos humanos que seriam informados da sua situação”, sublinha.
As autorizações para as renovações de contratos são obrigatórias desde há vários meses e abrangem todos os grupos profissionais, como enfermeiros, médicos ou assistentes operacionais.
Henrique Capelas garante que os pedidos de renovação têm sido feitos ao Ministério da Saúde.
“Há um grande alfuxo de pedidos ao Ministério e há alguns atrasos, que são naturais”, sublinha.
Para perceber a razão da demora, a Brigantia contactou a ARS Norte que respondeu por escrito.
Em nota enviada à redacção, a Administração Regional de Saúde do Norte explica que estão em curso na ARS Norte “um conjunto de procedimentos concursais com vista à admissão de profissionais de diversas carreiras, entre elas, de enfermagem, que se encontravam vinculados a esta instituição através de contractos a termo certo.
A ARS Norte adianta ainda que “os procedimentos decorrem desde 2009” e devem estar concluídos “até ao final do primeiro semestre do 2012.”
Por outro lado, “o número de candidatos é efectivamente superior ao número de vagas. Porém, “muitos se candidataram aos diversos procedimentos, repetindo candidaturas, bem como existem funcionários com vínculo indeterminado à administração pública que também se candidataram, não sendo, por isso, possível, neste momento e até que todos os procedimentos se encontrem em fase de colocação, estimar o número de candidatos admitidos”.
A explicação da ARS do Norte para a demora na renovação de contratos.
Escrito por Brigantia
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