A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) apelou hoje ao Governo para interromper a desmobilização do Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF) devido ao crescente número de incêndios registados nas últimas horas em todo o país.
Em comunicado, a LBP manifesta a sua “grande preocupação pela desmobilização de meios dos bombeiros” no âmbito do (DECIF) face ao número de incêndios que estão a ocorrer no país e à previsão da continuação das temperaturas elevadas.
“Nesse sentido, e face às perspetivas meteorológicas semelhantes nos próximos dias, a LBP solicita ao Governo que proceda ao reforço do DECIF, interrompendo o processo de desmobilização, prolongando-o para além do que estava previsto em função das zonas de maior risco já identificadas”, salienta no comunicado.
A LBP manifesta ainda a sua “solidariedade” a todos os bombeiros que, “apesar de desativado o DECIF, estão a responder da melhor forma a mais este desafio”.
A época mais crítica em incêndios florestais terminou na sexta-feira com uma área ardida inferior à dos últimos dois anos e com 28 pessoas detidas pela Polícia Judiciária suspeitas de causarem fogos.
A fase “Charlie” de combate a incêndios florestais começou a 01 de julho e terminou a 30 de setembro, estiveram operacionais 9.210 elementos, 2.018 viaturas e 41 meios aéreos, além dos 237 postos de vigia da responsabilidade da GNR.
Devido às restrições orçamentais, estiveram operacionais menos 15 meios aéreos do que no ano passado.
No sábado, entrou em vigor a fase “Delta” de combate a incêndios florestais, que se prolonga até 31 de outubro, sendo o dispositivo composto por cerca de 5.435 elementos e 1.225 veículos.
Os bombeiros vão ter ainda ao dispor, até 15 de outubro, 17 meios aéreos, menos dois que em igual período do ano passado. A partir do dia 16 de outubro estarão disponíveis os nove helicópteros da Empresa de Meios Aéreos (EMA), que serão ativados segundo a avaliação do perigo e do risco de incêndio.
Dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional (AFN) indicam que os incêndios florestais consumiram até 15 de setembro 37.671 hectares, menos 70 por cento do que em igual período de 2010.
Segundo a AFN, a área ardida deste ano também é inferior à de 2009, quando arderam, durante o mesmo período, 74.792 hectares.
Os dados da AFN referem, também, que 44 por cento da área ardida até 15 de setembro foram contabilizados nos distritos de Bragança, Guarda e Braga, com áreas superiores a quatro mil hectares.
Fonte: Sapo \ Lusa
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