Cerca de uma centena de enfermeiros do Centro Hospitalar do Nordeste manifestaram-se esta manhã em Bragança por causa da não renovação de contratos de trabalho.Dos 106 profissionais que estão com contrato, 39 poderão vir a ser dispensados.Até ao momento 7 receberam carta.Os restantes já estão a ser informados verbalmente pelos responsáveis dos serviços. Ana Pimentel, uma das enfermeiras já despedida, está a viver dias dramáticos porque o marido também pode vir a ser dispensado.“Eu trabalho no serviço de medicina e ele na Unidade de AVC’s e eu estava a gozar uma licença de maternidade e já recebi a carta a confirmar o término do contrato individual de trabalho. O meu marido termina no dia 3 de Janeiro ma está na mesma situação que eu” explica Ana Pimentel, acrescentando que “vamos ficar os dois desempregados e vai ser uma situação muito complicada. Eu até estava numa situação boa, deixei um quadro para vir para a minha terra com um contrato individual de trabalho e agora estou no desemprego e não tenho qualquer esperança”.É precisamente no Hospital de Macedo de Cavaleiros que se vive a situação mais crítica, nomeadamente na Unidade de Cuidados Continuados onde 15 enfermeiros poderão vir a ser dispensados.Ana Gonçalves e Rómulo Pinto, que estavam a trabalhar neste serviço há dois anos, já foram notificados oficialmente da não renovação de contrato.Dizem que a prestação de cuidados aos utentes vai ficar em causa.“Dois colegas já saíram do sistema biométrico sem qualquer informação aos chefes de serviço e neste momento já não é possível realizar o horário de Novembro na unidade e fica em risco de fechar” refere Ana Gonçalves. “Até agora ainda ninguém percebeu como é que os nosso lugares ainda não foram ocupados, não sabemos como vão ficar os cuidados” afirma Rómulo Pinto.Os enfermeiros juntaram-se no parque Eixo Atlântico e formaram um cordão humano até ao Hospital de Bragança.O presidente da direcção do Sindicato dos Enfermeiros deixou duras críticas à gestão do Centro Hospitalar do Nordeste.“Aqui não há má, há péssima gestão” refere José Azevedo, acrescentado que “é impensável que transformem o quarto andar do hospital num serviço de gabinetes de uns tais gestores que não têm aplicação prática num hospital como este. São arranjos para dar emprego a pessoas que não têm outra área onde trabalhar”. E dá o exemplo de “um chefe de cirurgia que praticamente não opera. Os enfermeiros ganham 900 euros, mas esse senhor e capaz de estar a ganhar 10 mil ou mais”. “São estes problemas que nós queremos que o primeiro-ministro e o ministro da saúde limpe porque são os enfermeiros que estão a pagar a factura”.
Em comunicado enviado às redacções, o conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste garante que “se manterão todos os que se vier a concluir como tendo passado a necessidade permanente de posto de trabalho” e salienta que “com a constituição da Unidade Local de Saúde e consequente integração do quadro de pessoal hospitalar com o dos cuidados de saúde primários, torna-se necessário a reanálise dos recursos humanos”.
Escrito por Brigantia
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