O abastecimento de água a Bragança está numa “situação crítica” confirmou o presidente do Instituto da Água (INAG), Orlando Borges.
O abastecimento de água a Bragança está numa “situação crítica” confirmou o presidente do Instituto da Água (INAG), Orlando Borges, que esta manhã esteve na barragem da Serra Serrada a avaliar o problema. Esta reserva só tem água para garantir o abastecimento público durante um mês e meio.
Na próxima semana vai iniciar-se o transporte de água com auto-tanques a trabalhar 24 horas por dia para reforçar o sistema de abastecimento e aliviar o problema de modo a evitar “a ruptura”, explicou o vice-presidente da Câmara, Rui Caseiro.
Durante uma reunião ontem de manhã entre Orlando Borges e o executivo municipal, ficou decido como medida de precaução que o município vai elaborar um plano de contingência para estarem “garantidos os usos mínimos se o cenário de não precipitação continuar”, referiu o responsável pelo INAG, que teme que o problema seja ainda mais grave do que nos anos de 2005 e 2007, alturas em que foi necessário recorrer a auto-tanques para fazer o transporte de água desde a albufeira do Azibo, no concelho de Macedo de Cavaleiros. O INAG vai ainda indagar a possibilidade de fazer novas prospecções a furos para em situação de contingência reforçar o armazenamento.
As hipóteses em análise são o transporte a partir da barragem do Azibo (em Macedo de Cavaleiros), água já tratada e que seria transportada directamente para o reservatório na Mãe d’Água, “mas é muito demorado, porque uma cisterna transporta 30 mil metros cúbicos, além que o IP4 está em obras devido à construção da A4”, justificou Rui Caseiro. A barragem da Castanheira, nas proximidades de Bragança, é outra possibilidade, todavia trata-se de água que tem de ser transportada para a ETA do Montesinho, para ser submetida a tratamento. “O transporte por auto-tanques tem custos brutais, mas mais do que isso do ponto de vista logístico exige dezenas de camiões por dia. A própria transferência de água que demora muitas horas”, explicou Orlando Borges.
Em caso de ruptura do sistema seriam necessários cerca de 70 camiões cisterna para assegurar as necessidades da população, que consome mais de oito mil metros cúbicos por dia. O custo rondaria os 1.800.000 euros por mês, além de que a Protecção Civil Nacional não tem capacidade e meios suficientes.
Orlando Borges considera que se trata de uma situação comparável a outros de anos em que se manteve o tempo quente, que obrigaram a meios adicionais, a restrições e fazer o transporte através de auto-tanques para garantir os caudais mínimos à população, o que do ponto de vista logístico é muito complicado.
As previsões de tempo quente e seco para os próximos dez dias não ajudam. “Cada dia que passa é menos esse valor que sai da barragem”, disse o presidente do INAG, que assegura ser fundamental fazer com alguma antecedência um trabalho para que a cidade de Bragança não fique sem água por completo. O município está a aplicar desde a semana passada medidas adicionais de poupança de água, restringindo os usos secundários, os espaços públicos ajardinados deixaram de ser regados. A população diminuiu o consumo face ao ano passado.
Uma possível situação de ruptura no abastecimento ao concelho foi comunicada aos munícipes presidente da Câmara, Jorge Nunes, via carta, onde se explica o que está a acontecer. O presidente do INAG disse ainda que é necessário que seja decidido se a construção da barragem de Veiguinhas avança ou não. “Tem que haver uma alternativa à Serra Serrada que não é suficiente para o abastecimento a Bragança”, disse, reforçando que é “urgente” encontrar uma solução.
Fonte: Mensageiro Bragança
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