Bombeiros de todo o país estiverem reunidos durante três dias no 41º congresso que teve como objectivo eleger os novos órgãos sociais, debater as dificuldade e o futuro das corporações. Jaime Marta Soares, que sucede a Duarte Caldeira que ocupou o cargo durante 12 anos, venceu com 375 votos, contra Joaquim Rebelo Marinho, que alcançou 298 votos. O novo responsável pela LBP afirmou aos jornalistas que a sua missão "não vai ser fácil".
Para já, os desafios prioritários da nova liderança da liga passam pela "problemática do transporte de doentes, o financiamento das associações e a sua sustentabilidade". Até ao final de Setembro, mais de 300 postos de trabalho foram extintos na componente profissional das associações humanitárias dos bombeiros, na sua esmagadora maioria associados ao transporte de doentes não urgentes.
"Nós não temos que ser subsiadores do Serviço Nacional de Saúde. Somos um parceiro imprescindível no transporte hospitalar", frisou. Jaime Soares criticou a estrutura da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) que diz ter "imensos custos e é elitista", uma espécie de "estrutura com generais sem tropa".
Quer ainda que seja criada uma direcção nacional que represente e dê autonomia aos bombeiros no seio da ANPC. "Queremos efectivamente ter o nosso comando único, tal como têm outros agentes de protecção civil como a PSP ou a GNR", frisou.
Jaime Soares quer uma tipificação dos corpos de bombeiros a um nível da área de município, que permitirá saber quais são as verbas necessárias para financiar os corpos de bombeiros. "Aqui tem de haver uma profunda negociação entre o poder central, a Associação Nacional de Municípios e a LBP para que, através de uma economia de escala, consigamos rentabilizar todos os recursos que possamos ter ao nosso alcance, mas sem ultrapassar aquilo que são as reais necessidades dos bombeiros para uma boa prestação de serviço", salientou.
O responsável defendeu a transferência de verbas, através de um acordo entre o Estado e a ANP, que "possam efectivamente financiar os corpos de bombeiros". “Não podemos continuar a estender a mão à caridade ou melhor, pagar para fazer socorro", frisou. Cerca de 65 por cento do pessoal profissional remunerado nos bombeiros está afectado às áreas da saúde e da emergência pré-hospital, estando o restante (35 por cento) ligado aos incêndios e ao socorro.
No país existem seis corpos de bombeiros sapadores nas principais seis cidades, 21 corpos de bombeiros municipais e 436 associações humanitárias, com um efectivo de 36 mil homens e mulheres. No continente, apenas o concelho de Castro Marim não possui nenhuma corporação. Os bombeiros fazem um milhão de actos de socorros de emergência por ano.
Fonte: CM
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