O Centro Hospitalar do Nordeste tem uma dívida superior a 25 milhões de euros, mais do dobro que há um ano atrás. Deste total de dívidas, cerca de 11 milhões já estão por pagar há mais 360 dias pela administração responsável pela gestão dos hospitais de Bragança, Macedo e Mirandela. São apenas alguns dados que constam do relatório das dívidas acumuladas relativas ao primeiro semestre, deste ano.
O relatório das dívidas acumuladas até ao final de Junho deste ano, a que tivemos acesso, confirma um aumento superior a 14 milhões de euros de dívidas em apenas um ano. No final de Junho de 2010, a dívida era de 11 milhões, 265 mil euros. Passados 12 meses, a dívida já é de 25 milhões, 469 mil euros, mais do dobro.
Deste montante, cerca de 60 por cento, mais de 15 milhões de euros de dívidas, estão na rubrica outros bens e serviços, quando há um ano, era de 7 milhões e 800 mil.
O material de consumo clínico aparece como sendo a segunda rubrica com maior peso na dívida, ultrapassa os 5 milhões e 400 mil euros.
Em medicamentos, o CHNE deve cerca de um milhão e 200 mil euros, dívida que só começou a aparecer desde Novembro de 2010, já que, em Junho de 2010, não havia dívidas de medicamentos.
O mesmo acontece com a preparação de refeições. Se até Novembro não havia qualquer dívida, nos últimos 8 meses, o CHNE já ficou a dever mais de 400 mil euros.
Da lista de dívidas constam ainda um milhão e 500 mil euros em outros investimentos, 360 mil euros em reagentes e produtos de diagnóstico rápido, 260 mil euros em mobiliário e a mesma quantia é a dívida por conservações e reparações.
155 mil euros é a dívida em equipamento informático, e cerca de 116 mil euros em papel e economato.
A zero, isto é, o CHNE não tem dívidas nos honorários do pessoal, nos combustíveis, nos telemóveis, telefones fixos e internet, nos seguros, na energia e na vigilância e segurança.
Até ao momento não foi possível obter declarações da administração do CHNE sobre este assunto. Recorde-se que, apesar de já ter sido decidida, pelo anterior governo socialista, a criação da Unidade Local de Saúde do Nordeste, para gerir os três hospitais do distrito e os 15 centros de saúde, que entrou em vigor, no dia 1 de Julho, ainda não foi nomeada a administração e na prática ainda não foram extintos o CHNE e o ACES Nordeste, mantendo-se as respectivas administrações, lideradas por Henrique Capelas e Vítor Alves, respectivamente, em funções de gestão até às nomeações.
Escrito por CIR
Sem comentários:
Enviar um comentário