Apesar de um crescimento da despesa de 1,1 por cento em 2010, valor que cumpriu a meta de 4 por cento estabelecida pelo Governo, o Centro Hospitalar do Nordeste apresentou um saldo negativo superior a 10 milhões de euros relativo ao ano passado. Agora, o CHNE [que aguarda a nomeação de uma nova administração para que seja instalada, de facto, a Unidade Local de Saúde do Nordeste, decretada ainda pelo anterior Governo e que vai colocar sob a mesma alçada hospitais e centros de saúde do distrito], vai ter de reduzir em cerca de 10 por cento os gastos totais, tarefa que se pode revelar difícil face a outros hospitais que foram apresentando nos últimos anos crescimentos da despesa superiores.
Em entrevista à RBA, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste defendeu que a redução de 11 por cento dos gastos em Saúde determinada pelo Governo não vai afectar os serviços hospitalares. O responsável entende mesmo que, com uma maior racionalização de recursos, é possível também melhorar os serviços prestados aos doentes.
O Centro Hospitalar do Nordeste aumentou em 2010 os custos em 1,1 porcento, abaixo da média superior a quatro por cento dos hospitais EPE do país. Questionado pela RBA, o presidente do conselho de administração doCHNE admite que, face a outros hospitais, a redução de 11 por cento da despesa pode ser assim um objectivo mais difícil de cumprir nos hospitais do distrito.
“É um facto que hospitais que têm um aumento de custos dentro daquilo que foi sempre determinado pelo Ministério [da Saúde] e com um controlo de custos mais apertado e que não tiveram aumentos tão altos, face a outros hospitais onde esses custos cresceram em valores superiores, é lógico que esses hospitais [com mais reduzido aumento de custos] terão maior dificuldade em reduzir dez por cento. Isso não nos desresponsabiliza, mas exige-nos um maior esforço”.
Henrique Capelas assegura, no entanto, que o corte na despesa não vai afectar os serviços prestados pelos três hospitais do distrito.
“A gestão dos recursos quanto mais eficiente for e, portanto, menor desperdício tiver, mais valor acrescenta na qualidade da oferta dos serviços clínicos e dos serviços médicos – maior eficiência na prestação de serviços, que implica eliminação de desperdício e redução de despesa, só provoca melhor qualidade”.
Questionado pela RBA sobre os gastos da administração do Centro Hospitalar, que têm gerado polémica no último ano com casos como o da utilização das viaturas de elementos da administração para uso pessoal em período de férias, Henrique Capelas desvalorizou e garantiu que todos os gastos estão justificados:
“Os gastos com a Administração estão perfeitamente explicitados e enquadrados dentro da legislação vigente. Se calhar ninguém perguntou se as administrações recebem horas extra, prevenções. É preciso, quando estamos a falar em despesa enquadrarmos a despesa num todo.
A administração teve os cortes que teve de ter a nível dos vencimentos, a utilização das viaturas foi devidamente enquadrada. Desde o Tribunal de Contas à Inspecção Geral de Saúde ou à ARS – todos os organismos monitorizam estas situações”.
Fonte:RBA
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