terça-feira, 3 de dezembro de 2013

LBP: Bombeiros Não Podem Correr Atrás das Estatísticas

A Liga dos Bombeiros Portugueses reuniu-se, no passado dia 16 de novembro, nas Caldas da Rainha, para analisar o combate aos fogos e a participação dos bombeiros no DECIF 2013.

Numa reunião bastante participada, a Liga colocou à discussão um documento de avaliação, elaborado pelo Conselho Nacional Operacional (CNO), documento sufragado pelos presentes, o qual vai ser agora reforçado com as muitas propostas apresentadas pelas federações distritais de bombeiros.

Logo na abertura dos trabalhos, Jaime Marta Soares fez questão de sublinhar que o documento que incluirá as conclusões dos bombeiros irá ser tema de debate “junto da tutela” para melhorar ou alterar o que correu “menos bem”. A versão final deste documento, que será “construído” com as propostas apresentadas pelas federações, vai ainda ser apreciado e votado, em janeiro, no primeiro Conselho Nacional de 2014 o qual terá lugar em Vila de Rei. 

As principais criticas saídas deste encontro foram dirigidas ao Ministério da Agricultura, com a maioria dos presentes a dizer que o estado da floresta constitui o “maior inimigo” dos bombeiros. O presidente da Liga prometeu endurecer a atitude junto da tutela das florestas, sublinhando que não faz sentido olhar apenas para as “estatísticas” num ano em que o pais perdeu oito “dos seus melhores”. Marta Soares considerou que “neste tempo em que as coisas estão mais calmas” os gabinetes ministeriais devem empenhar-se e preparar infraestruturas, planos de intervenção e de ordenamento da floresta “para que todos os anos não se repita este flagelo”.

Sobre isto, refere o documento de análise elaborado pela Liga que o combate é condicionado pelas “incipientes atividades de prevenção estrutural, vigilância, deteção e fiscalização”. Em matéria de combate, a Liga insiste na necessidade de ser criada uma estrutura de “comando próprio” para os bombeiros, de abrangência nacional e distrital, de caracter “permanente”.

Acrescenta a Liga que o combate deve ficar em “exclusivo” nas mãos dos bombeiros e que o país deve ser divido em “zonas operacionais” com correspondência distrital.

É ainda reclamado o aumento do valor a pagar pela reposição dos veículos e do combustível que, consideram os bombeiros, deve se pago a preço de “mercado”.

Das várias intervenções, ficou claro que muito há ainda a fazer, “ajustamentos” que não serão alheios também aos bombeiros.

Ouviram-se críticas ao modelo de contratualização das GRUATAS, ao apoio logístico dado aos homens em combate, e à gestão dos meios feita por alguns CADIS.

No final do encontro, Jaime Marta Soares mostrou-se satisfeito face à “participação” demonstrada nesta reunião e ciente de que só uma “avaliação “honesta” e “serena” poderá ter o “impacto necessário” junto da tutela para que os bombeiros possam atingir os objetivos” a que se propõem.
Fonte: http://www.bombeirosdeportugal.pt

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