Uma portaria do Ministério da Saúde, recentemente publicada, determina que este serviço deixe de ser feito apenas por táxis e ambulâncias.
Em breve, este tipo de transporte passará também a ser feito por veículos até nove lugares, bastando para isso ter duas placas identificadoras e o motorista possuir um curso de suporte básico de vida, homologado pelo INEM.
“Para este transporte somos obrigados a ter um novo alvará e nós não estamos de acordo”, refere o delegado distrital da ANTRAL, Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros. “Nós já temos o alvará de transporte e se quisermos ter este, temos de pagar 250 euros”, acrescenta.Marcelino Ferreira diz que os taxistas vão ficar prejudicados.
“Vamos perder muitos clientes porque o ministério vai reduzir os preços da hora de espera e do quilómetro e sabem que os taxistas vão recusar esta diminuição. Então vão criar empresas à parte para concorreram connosco”.
Segundo a ANTRAL há taxistas que se dedicam em exclusivo ao transporte de doentes e esta situação pode pôr em causa a sua sobrevivência.
É o caso de Arnaldo Pires, taxista em Argoselo, concelho de Vimioso, que prevê um futuro negro para a sua empresa familiar.“São quatro postos de trabalho: eu, a minha mulher e os meus filhos e precisamos deste rendimento. Se isto for avante os meus filhos vão para o desemprego”, anuncia.
António Belchior, taxista em Mirandela, considera que os profissionais do volante não têm forma de poder concorrer com as empresas que dispõem de carrinhas de nove lugares.“A lei permite a entrada de carrinhas de nove lugares que vão apresentar propostas a preços mais reduzidos. É-nos tirada a exclusividade e assim não podemos competir”, explica. “Sentimo-nos de mãos atadas” salienta.
Cerca de uma centena de taxistas do distrito de Bragança fazem transporte de doentes não urgentes. Esta tarde foram dezenas os que percorreram as ruas de Bragança num buzinão, em protesto contra esta situação.
Escrito por Brigantia
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