Quarenta casas onde viviam cerca de 120 pessoas foram
destruídas na sequência dos incêndios da última semana no concelho de Santa
Cruz.
"Isto é uma situação que se verifica mais nas freguesias de Santa Cruz, Gaula
e Camacha,", afirmou José Alberto Gonçalves, presidente da câmara municipal,
adiantando que seis famílias do concelho ainda se mantêm no Regimento de
Guarnição n.º 3, do Exército, enquanto outras foram acolhidas por amigos ou
familiares.
Numa conferência de imprensa no quartel dos Bombeiros Municipais de Santa
Cruz, o autarca adiantou que a prioridade é o realojamento das vítimas, trabalho
que está em curso com o apoio da Investimentos Habitacionais da Madeira e da
Segurança Social, e explicou que está também a ser aferida se as famílias
afetadas têm possibilidade de avançar para a reconstrução das habitações.
Sobre as casas parcialmente consumidas pelas chamas, cujo número ainda não
está apurado, José Alberto Gonçalves declarou que esta situação "faz com que
haja necessidade de apoio".
Nesse sentido, apelou à doação de materiais de construção, portas, janelas,
eletrodomésticos, móveis ou equipamentos de cozinha, pedindo para que os bens
sejam canalizados para o armazém municipal.
O levantamento de danos na agriculta e pecuária e respetivas estruturas de
apoio também vai ser efetuado, referiu.
autarca está a estudar a possibilidade de pedir ao Governo Regional a
declaração da situação de calamidade.
Agradecendo a "solidariedade imensa" que decorre desde que os incêndios
atingiram o concelho, de particulares a empresas, José Alberto Gonçalves
considerou ainda o trabalho da Proteção Civil como "meritório".
"Houve a coordenação possível com os meios possíveis", sustentou, destacando
o apoio de outras corporações da região e adiantando que os Municipais de Santa
Cruz necessitam de luvas e mangueiras.
O autarca esclareceu não existirem neste momento estradas encerradas no
concelho e "todo o município está com energia elétrica", embora decorram ainda
trabalhos de substituição de postes de eletricidade.
O responsável acrescentou que a corporação de Machico "anda com autotanques a
fornecer água, sobretudo a cisternas coletivas", para que "possam ser repostos
os níveis de água".
"Devido ao grande consumo para proteção de habitações e para limpezas tem
havido um grande consumo, o que levou a que os tanques de distribuição tenham
quebra de níveis", explicou, apelando à população para ter "muita contenção" no
consumo de água.
Sobre o abastecimento de água, José Alberto Gonçalves afiançou que as pessoas
que foram atingidas pelos incêndios e que tiveram de consumir muita água vão
pagar apenas o equivalente ao consumo médio que tinham antes dos fogos.
Neste momento, no concelho, além do levantamento dos danos, prosseguem os
trabalhos de limpeza, com o apoio de várias entidades, incluindo os
militares.
José Alberto Gonçalves exortou os proprietários de terrenos para que procedam
à sua limpeza e se precisarem de apoio para o fazerem que solicitem à
câmara.
"As pessoas têm de ser mais conscientes e limparem aquilo que lhes pertence",
salientou.
Fonte:JN
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