Ao comando da corporação de bombeiros de
Bragança há oito anos, o Major José Fernandes, não esconde a satisfação pelos
homens e mulheres com quem trabalha todos os dias, considerando que são dos
melhores do país.
José
Fernandes (JF) –
A população de Bragança é que deve pronunciar-se, nomeadamente quem teve de
utilizar os nossos serviços por diversas razões, pois se reparar acompanhamos e
apoiamos as pessoas ao longo da vida, desde o nascimento até à morte.
(JF)
– Pessoalmente
sinto-me realizado. Podemos sempre fazer melhor, mas penso que fizemos coisas
boas ajudando muita gente. É certo que fica sempre alguma coisa por fazer, ou
que foi feito menos bem, mas também a história é a soma daquilo que se fez e o
que se podia ter evitado e nós podíamos ter evitado algumas coisas. Ainda assim,
todos os dias damos o nosso melhor para tentar melhorar. Se o conseguimos ou
não outros que nos julguem.
(JF)
– O
número varia entre os 120 e os 125 elementos. Felizmente todos os anos entram
entre 12 a 15 novos voluntários que formam uma nova “escola”. Outros vão saindo,
porque infelizmente Bragança não fixa jovens. Estamos a assistir a um fenómeno
novo de emigração porque no nosso país já não há trabalho. Saliento que já
temos pessoas inscritas para a “escola” que vai abrir em Outubro, o que é muito
positivo, embora a nossa base de apoio sejam os assalariados. É neles que
assenta a maior responsabilidade de tudo o que nós fazemos.
(JF)
– Sim
é verdade. Quando cá cheguei,
lutámos para que o corpo de bombeiros de Bragança fosse de tipo I, que é a
classificação máxima, para isso tem que ter no mínimo 120 elementos. Esta
classificação dá-nos vantagens e projecção. Para além disso também apostámos na
formação e tenho a certeza que os bombeiros de Bragança são dos melhores a
nível nacional. Eu conheço muitos outros corpos de bombeiros, até porque faço
parte da estrutura da Liga de Bombeiros a nível nacional, e Bragança deve ter
orgulho nos seus bombeiros, pois são dos melhores do país.
(JF)
– O
voluntariado é uma componente muito importante nos bombeiros mas hoje é
necessário uma base profissional que assegure o socorro 24 horas por dia, para
cumprir esta missão temos um Grupo de Intervenção Permanente (GIPE) constituído
por 9 elementos, uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP) constituída por 5
elementos, 10 motoristas, 5 operadores de central, 2 administrativas e 1
auxiliar de serviços gerais. Os voluntários vêm reforçar esta
instituição sobretudo aos fins-de-semana e no horário pós-laboral. Eu costumo
dizer que temos mais gente das 17:00 às 09:00 do que das 09:00 às 17:00 horas o
que para nós é muito gratificante pois contamos com o empenho e a dedicação de
pessoas que saem do trabalho abdicando das suas horas de lazer em prol da
comunidade.
(JF)
– Esta instituição tem 122 anos, nasceu na Monarquia,
passou para a República (estado novo e democracia) e por cá passaram centenas de pessoas que deram o seu melhor,
contribuindo para o bem-estar e segurança dos habitantes deste concelho. Eu
estarei aqui enquanto as pessoas que confiaram em mim assim o quiserem.
Refiro-me ao Sr. presidente da câmara e à direcção desta instituição que me requisitaram
ao Exército (onde eu estava e para onde regressarei quando terminar esta missão).
Aproveito para agradecer o apoio da direcção, e de todos os bombeiros que dia a
dia dão o seu melhor por esta instituição, pois sem eles a minha missão seria
impossível. Agradeço ainda a todos aqueles que me criticam pois ao fazê-lo
contribuem para que as minhas decisões sejam mais pensadas e ponderadas e tenho
a certeza que assim serão mais justas.
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