António Neto Leal, com 52 anos, é um dos
bombeiros mais antigos da corporação. “O melhor da minha vida está aqui”, diz.
“Vim com 17 anos e nunca mais saí. É a profissão que sempre gostei e continuo a
gostar”. No entanto, admite que não é fácil conciliar a vida profissional com a
pessoal. “Comecei como motorista e quando ia para o Porto, saía de manhã e
chegava à noite. Como a minha mulher também trabalhava, era complicado estar
com ela e com os filhos e tinha a sorte de ter os sogros que tomavam conta deles”,
refere. Além disso, um dos filhos “já é profissional da casa”, afirma com
orgulho. “Ele tinha 4 anos e já ia comigo às instruções. Cheguei a estar de
folga e ser chamado para incêndios e ter de o levar comigo porque não tinha com
quem o deixar”, recorda. António Neto foi segundo comandante da corporação
durante seis anos e mesmo com tanto tempo de experiência não esquece a aflição
por que passou num incêndio há três anos. “Andavam três bombeiros a apagar as
chamas e de repente o vento mudou de direcção. Se eu não
tivesse lá ido, tinham lá ficado”, explica. Foi uma história que o marcou
porque “somos todos colegas. Tirando as divisas, somos todos homens”.
1 comentário:
Foi sem duvida uma boa entrevista sr. Chefe Neto! Parabens.
Enviar um comentário