O secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo D’Ávila, considera «adequados» os meios de combate aos incêndios, mas admite que podem vir a ser tomadas «medidas excepcionais» em situações extraordinárias. «Nós não excluímos que, para situações excepcionais, possam vir a ser tomadas medidas excepcionais», afirmou Filipe Lobo D’Ávila em conferência de imprensa, no final da reunião da Comissão Nacional de Protecção Civil, na qual foi aprovada a Directiva Operacional Nacional – Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF 2012).
O secretário de Estado explicou que, na sequência da «monotorização constante e diária» feita pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), já foram tomadas algumas medidas, dando como exemplo o pagamento antecipado a algumas corporações de bombeiros e o reforço do dispositivo. «A propósito desta sobrecarga [de incêndios] que se tem sentido nestes dois meses, o Governo determinou a antecipação de cerca de 400 mil euros em verbas destinadas a 100 corpos de bombeiros, situados em concelhos sujeitos a uma grande pressão, do ponto de vista do número de incêndios», avançou. Lobo D’Ávila sublinhou que, «não obstante as condições que o país atravessa, conseguiu-se um pequeno reforço do dispositivo, que não exclui outro tipo de medidas que poderão ser ponderadas através da análise operacional feita pela ANPC».
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais contará, no Verão, com mais nove mil elementos e 44 meios aéreos. Este dispositivo representa um «esforço financeiro de 70,2 milhões de euros» para a ANPC, dos quais 45 milhões de euros são para os meios aéreos, 17 ME para despesas com pessoal, 1,7 ME para combustíveis e 6,5 ME para despesas extraordinárias, disse o comandante operacional nacional da Protecção Civil, Vítor Vaz Pinto. «As verbas que estão previstas são sensivelmente as mesmas», reforçou Lobo D’Ávila, observando: «com as mesmas verbas conseguiu-se um reforço, nomeadamente, nos meses mais críticos».
Para o secretário de Estado, a aprovação deste dispositivo é «absolutamente essencial para dar resposta a um Verão que se estima ser difícil», apelando também à sensibilização da população. Como novidade para este ano, Filipe Lobo D’Ávila apresentou um projecto piloto de monotorização, com recurso a novas tecnologias de prevenção e combate a incêndios, que será operacionalizado através de um plano de operações no Parque Nacional Peneda Gerês, resultante de uma parceria entre os ministérios da Agricultura e da Administração Interna.
Desde Janeiro já deflagram cerca de 5800 incêndios em floresta e mato, perto de cinco vezes mais do que nos três primeiros meses de 2011, quando ocorreram 1653 fogos, segundo dados da ANPC e da Autoridade Florestal Nacional. Os dados indicam igualmente que, no último mês de Fevereiro, com 4186 fogos, registaram-se mais incêndios florestais do que em Agosto do ano passado (3982).
Questionado pelos jornalistas sobre os meios actualmente no terreno, o comandante Vaz Pinto adiantou que «estão adequados à situação que se está a viver» e que, até agora, «o dispositivo tem respondido com muita eficiência». «O dispositivo responde de acordo com o risco», frisou.
Mais de nove mil elementos e 44 meios aéreos no combate aos fogos no Verão
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) 2012 vai contar, na fase mais crítica (fase Charlie), com 44 meios aéreos, 2.253 equipas de diferentes forças envolvidas, 1.987 viaturas e 9.327 elementos, revelou fonte da Protecção Civil.
O DECIF 2012 contempla o posicionamento de meios aéreos e terrestres para combate aos incêndios florestais, adicionados ao dispositivo existente ao longo do ano, entre 15 de Maio e 15 de Outubro (fases Bravo, Charlie e Delta).
Segundo adiantou à Agência Lusa fonte da Protecção Civil, entre os meios a incorporar no dispositivo, na fase Charlie, destacam-se 44 meios aéreos - 35 helicópteros médios e ligeiros para ataque inicial, 5 helicópteros pesados e 4 aviões médios anfíbios para ataque ampliado
O Governo já autorizou uma verba até 36,5 milhões de euros, sem IVA, para a contratação dos meios aéreos, segundo fonte do Ministério da Administração Interna (MAI), continuando a Empresa de Meios Aéreos (EMA) a ser responsável pelo combate aéreo aos fogos florestais. Neste dispositivo não estão incluídos três helicópteros da AFOCELCA, que actuarão nas áreas próprias desta associação ligada à Portucel.
Na fase mais crítica dos incêndios, o dispositivo contará ainda com 12 máquinas de rasto, cedidas pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), 2.253 equipas, grupos ou brigadas das diferentes forças e serviços envolvidos, 1.987 viaturas e 9.327 elementos. A fonte precisou que, num período de «necessária contenção da despesa pública, o dispositivo foi «ajustado ao período de maior perigosidade, com uma aposta na vertente qualitativa dos meios a alocar ao combate a incêndios.
Por seu lado, o dispositivo terrestre terá em 2012 um acréscimo de cerca de 1.2 por cento, na fase mais crítica (os três meses da fase Charlie - Julho/Agosto/Setembro) e uma ligeira diminuição na fase Bravo (cerca de sete por cento do número total de efectivos) e nos 15 dias da fase Delta, com uma redução de cerca de quatro por cento do total de elementos.
Fonte: Porta da Estrela
1 comentário:
já saiu o decif 2012 para download?
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