De norte a sul do País, os bombeiros passam por dificuldades de financiamento, deixando a maior parte à beira da falência. Ordenados e subsídios em atraso, dívidas a fornecedores, Segurança Social e IRS e despedimento de operacionais da primeira linha no socorro são algumas das muitas dificuldades pelas quais passam os bombeiros.
Dos voluntários aos profissionais, os problemas têm a mesma base: falta de dinheiro.
"Ou se pensa rapidamente noutra forma de financiamento ou é a machadada final nas associações de bombeiros", esta é a convicção de Inácio Esperança, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Évora, face à grande diminuição dos serviços de transporte de doentes não urgentes. Esperança voltou a frisar que, assim, o socorro também está em causa.
"Se à noite são os voluntários que vão mantendo o serviço, durante o dia as corporações já não têm condições para ter assalariados", diz o responsável, que é também presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Vila Viçosa.
"Só na área de Vila Viçosa este ano já houve mais incêndios do que em 2010 e 2011, o que tem complicado ainda mais a nossa missão. O Governo tem de decidir e dizer o que quer afinal dos corpos de bombeiros", considera.
A Norte, os Voluntários de Leixões têm uma dívida de 250 mil euros à Segurança Social. A corporação até já foi penhorada.
Na Póvoa de Varzim continua a dívida de 125 mil euros dos hospitais públicos. E em Monção, as dívidas superiores a 250 mil euros fizeram com que a associação se demitisse.
No Algarve, "muitas associações têm um passivo tão grande que estão tecnicamente falidas", diz Teodósio Carrilho, presidente da Federação de Bombeiros, adiantando que "a situação é muito grave". Há associações que não renovam contratos e outras admitem avançar com despedimentos, apurou o CM.
Viseu é a situação mais preocupante na Região Centro. Rebelo Marinho, presidente da Federação de Bombeiros do distrito, conta que as corporações sentiram "uma redução brutal" no número de transporte de doentes.
Fonte: CM
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