Mostrar aos idosos que vivem sozinhos que têm alguém com quem podem contar. Foi com este objectivo que a Junta de Freguesia da Sé e os alunos da Escola Superior de Saúde de Bragança visitaram ontem o Núcleo da AMI onde os esperavam alguns destes idosos que moram no Bairro da Mãe d’Água, do qual faz parte um bairro social. Os Bombeiros de Bragança e a PSP deram alguns conselhos para evitar assaltos ou acidentes mas há outros problemas que preocupam os idosos.
Ao contrário do que se possa pensar, os idosos que vivem sozinhos no distrito não estão só nas aldeias e locais isolados mas também nas cidades, passando ao lado de quem se cruza com eles. À semelhança das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, também Bragança tem idosos que vivem sozinhos ou que, apesar de viverem com familiares se queixam de não ter qualquer tipo de apoio. Exemplo disso é o bairro da Mãe d’Água, onde inclui um bairro social. Aqui encontram-se idosos que muitas vezes passam dificuldades financeiras ou problemas familiares.
“Só vivo da reforminha, são 42 contos. Pago renda de casa, mas tenho de comprar comida, remédios para os ossos, para o estômago. Precisava de mais ajuda mas não ma dão, que havemos de fazer”, diz uma idosa. Outra, que tem “um filho com 34 anos, desempregado”, tem “muitas dificuldades”. “Aperta-se, que remédio. Tenho o marido mas não me dá nada. Dá-me maus tratos, quando calha”, frisa.
Mas a solidão acaba por ser a maior preocupação dos idosos. Ana Martins tem 77 anos e a única companhia que tem é um cão. Apesar de este ser o melhor amigo do homem, ainda há ombros amigos que amparam quem vive no Bairro da Mãe d’Água. Os vizinhos ajudam-se uns aos outros. E há outro amigo especial.
“É um cãozinho. E tenho outros amigos, e o senhor João, que é o guarda-costas.”
João Gonçalves é um nome familiar a quem aqui vive. É agente da PSP de Bragança e há cinco anos que ronda o bairro e convive com os moradores, através do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade. Garante que conhece os problemas de quem se cruza com ele diariamente.
“São pessoas que vivem sozinhas e como polícia de proximidade estão mais à vontade para desabafarem. E os assaltos têm diminuído”, garante.
Outra ajuda dos habitantes do bairro é o Núcleo da AMI onde vão buscar roupa e comida. Foi aqui que se reuniram ontem para tomar nota dos conselhos dados pela Polícia de Segurança Pública bombeiros e profissionais de gerontologia e dar voz aos seus problemas.
Escrito por Brigantia (CIR)
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