Formação deveria ser mais abrangente para que as populações, em situação de isolamento motivado por um incêndio, saibam como se defender.
O investigador Xavier Viegas defendeu esta sexta-feira, em Coimbra, a criação, por parte do Estado, de um programa nacional de formação em combate a incêndios direccionado a entidades como autarquias e às próprias populações.
"Deve haver mais formação de todos os agentes envolvidos no combate a incêndios florestais e não só de bombeiros", afirmou o investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), considerando que a criação de um programa nacional deveria abranger "desde as autarquias às populações que correm o risco de ficarem isoladas, em situação de incêndios".
Xavier Viegas, que falava à agência Lusa à margem de um curso sobre segurança pessoal no combate aos incêndios florestais, que decorre durante o dia de hoje, na FCTUC, frisou que o Governo, no campo da formação, "está a fazer alguma coisa, mas não é suficiente".
A formação deveria ser "mais abrangente" e não apenas "dirigida aos bombeiros", para que as populações, em situação de isolamento motivado por um incêndio, "saibam como se defender".
O investigador, que faz parte da equipa do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, salientou que, caso a formação às populações mais vulneráveis não se realize, "podem-se observar perdas civis, no futuro".
Xavier Viegas relembrou o incêndio florestal no Caramulo, que deflagrou em A gosto de 2013, referindo que, no combate a esse incêndio "foi impossível dar protecção a todas as aldeias, tendo estado cerca de uma dúzia de aldeias isoladas, com pessoas a correrem riscos, sem meios, nem recursos".
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