2013 ultrapassou todas as expectativas. As despesas extraordinárias do DECIF situam-se nesta altura nos 14 milhões e 400 mil euros. Só em reparações de viaturas, a ANPC vai ter de pagar mais de nove milhões de euros. Perante esta situação a tutela prepara novas regras para 2014. As reparações passam a depender de autorização prévia da ANPC.
Somadas todas as despesas extraordinárias contempladas na circular inanceira do DECIF 2013, as associações e corpos de bombeiros vão ter de ser ressarcidos num total de 14.403.177 euros. O item da reparação de veículos, com 9.703.799 euros, é o responsável pela maior parte das verbas apresentadas à ANPC. Seguem-se os danos em equipamentos com 2.677.189 euros, a alimentação com 1.313.756, e a reposição de veículos num total de 707.500 euros. Estes valores fazem do ano de 2013 o mais dispendioso da década, ultrapassando mesmo o ano de 2005 que fechou com 9.668.583 euros de despesas extraordinárias. Em 2003, as contas somaram cerca de 9 milhões e 500 mil euros.
O valor a pagar este ano está muito para além do que foi inicialmente orçamentado pelo executivo. O Governo garante o pagamento até ao “último cêntimo” mas, ao que o ‘BP’ apurou, o Ministério da Administração Interna (MAI) prepara-se para alterar algumas das regras constantes nas futuras circulares financeiras.
Segundo fonte do MAI a ideia passa por fazer depender “de visto prévio” da ANPC o pagamento relativo à reparação de veículos que este ano representou 67 por cento do total das despesas. A fonte do MAI que falou ao ‘BP’ referiu que há valores apresentados para pagamento que suscitam alguma perplexidade: “Temos um caso onde só numa associação se perderam 294 lanços de mangueira. Há outro caso de 63 pneus perdidos ou, outro ainda, que reclama a perda de 17 rádios”.
Perante estas situações, que consideramos “algo anómalas”, temos de encontrar mecanismos prévios de validação, conclui a fonte do MAI.
Ainda segundo os dados a que o ‘BP’ teve acesso, já que o Ministério da Administração Interna não respondeu ao nosso pedido de informação, o distrito de Viseu foi o que mais dinheiro gastou este verão, seguindo-se Coimbra, Lisboa e Porto por ordem decrescente.
A perda total de viaturas foi o que mais fez inflacionar as despesas dos incêndios florestais.
Texto: Patrícia Cerdeira
Foto: Marques Valentim
Fonte: Jornal Bombeiros de Portugal | Edição de Dezembro de 2013
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