A Câmara de Alfândega da Fé está transportar doentes oncológicos ao Porto, depois de os hospitais terem deixado de assegurar este serviço.
A presidente do município, Berta Nunes, garante que denunciou a situação, mas na ausência de respostas teve que ser a autarquia a dar apoio a pessoas que para além de fragilizadas com a doença têm dificuldades económicas.
“Denunciámos a situação, contactámos os hospitais e não conseguimos resolver a maior parte das situações e chegámos à conclusão que devíamos ser nós a assumir a resolução deste problema, uma vez que está em causa o direito à Saúde destas pessoas. Estamos a falar de pessoas já com alguma idade, que têm uma doença oncológica, e além disso têm fracos recursos económicos”, constata a edil.
Neste momento, estão a ser apoiadas 28 pessoas. A autarca confessa que se não fosse o município a suportar o transporte, alguns doentes teriam mesmo que desistir dos tratamentos.
“De outra forma não conseguiriam fazer os tratamento sem se endividarem ou até teriam mesmo que faltar a tratamentos ou faltar a consultas, porque não tinham simplesmente dinheiro para o transporte. Uma viagem de Alfândega da Fé ao Porto de ambulância custava entre 60 e 70 euros ou mais. Neste momento temos 26 pessoas ser transportadas ao IPO do Porto e temos dois casos no IPO de Coimbra”, realça Berta Nunes.
O município prevê gastar cerca de dois mil euros por mês com esta medida. Berta Nunes acusa o governo de estar a poupar na Saúde à custa das autarquias.
“Fazemos em média cerca de 15 transportes por mês. Além das consultas têm que fazer tratamentos de radioterapia, de quimioterapia ou outro tipo de exames. Têm que ir com alguma frequência ao IPO. É mais uma despesa, mas que nós consideramos que tínhamos mesmo que assumir dadas estas situações tão dramáticas. Nós ouvimos o Ministério da Saúde dizer que poupa tantos milhões por ano, mas essa poupança é feita à custa de situações como esta e vai sobrecarregar os municípios”, salienta a autarca.
O município de Alfândega da Fé a garantir o transporte dos doentes oncológicos do concelho aos hospitais centrais, depois destes terem deixado de assegurar este serviço aos utentes.
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