"Não faz sentido ter um
orçamento de 60 mil euros por ano para toda a corporação e ao mesmo tempo ver
134 mil euros disponibilizados só para manter uma equipa do INEM 24 horas por
dia. Não faz sentido pagar-se a uma empresa privada para ter ligação de alarme à
central e quando há um fogo o senhor fica sentado na cadeira e manda os
bombeiros, que nada recebem, irem lá apagá- -lo." Foi desta forma que os
presidentes dos Bombeiros de Palmela e da Liga dos Bombeiros Portugueses,
Octávio Machado e Jaime Marta Soares, criticaram ontem o actual sistema de
financiamento das corporações, ‘atacando’ o INEM e a Autoridade Nacional de
Protecção Civil pela forma como os "lobbies se estão a formar".
"Para onde é que vai o dinheiro
dos seguros?", questionou Octávio Machado, dirigindo-se ao secretário de Estado
da Administração Interna, Filipe Lobo D’Ávila, durante a cerimónia de
aniversário dos Bombeiros de Palmela, ontem à tarde. "Quando há um acidente com
encarcerados, somos nós que vamos lá. Se se partir uma lâmina de
desencarceramento, quem vai gastar três mil euros numa nova?", reforçou. A
opinião foi partilhada pelo presidente da Federação Distrital de Bombeiros de
Setúbal, Eduardo Carreira, para quem "é necessário um novo paradigma". "Só em
Portugal os bombeiros não são ressarcidos pelas seguradoras. Temos o exército da
paz mais barato do mundo."
Confrontado pelo CM, Filipe Lobo
D’Ávila garantiu que "o grupo de tra balho do Ministério da Administração
Interna e do Ministério da Saúde está a trabalhar em conjunto com a Liga de
Bombeiros para o aumento das comparticipações". "Há várias formas de
financiamento que temos de estudar", disse o secretário de Estado.
Fonte:CM
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