A Câmara de São Brás de Alportel deixou
de fazer a manutenção dos acessos a pontos de água, o que impediu o
abastecimento dos veículos dos bombeiros durante o incêndio de julho, admitiu
hoje o presidente da autarquia.
"Deixou-se de fazer a manutenção, porque os
bombeiros preferem fazer o abastecimento na rede pública", justificou o
presidente da Câmara de São Brás, António Eusébio (PS), durante a sua audição na
Comissão Parlamentar de Agricultura.
Os presidentes das câmaras de São Brás de
Alportel e de Tavira, respetivamente, António Eusébio e Jorge Botelho, foram
hoje ouvidos na comissão sobre a forma como decorreu o combate ao fogo que
atingiu aqueles municípios algarvios entre 18 e 22 de julho.
De acordo com o Instituto da Conservação da
Natureza e das Florestas, o fogo consumiu 21.437 hectares de espaços florestais.
Um relatório sobre os incêndios no Algarve concluiu que houve falta de meios de
combate e de aceiros, bem como falhas do comando na perceção da localização do
fogo e na previsão da evolução das chamas.
Perante os deputados da Comissão Parlamentar,
os dois autarcas criticaram a forma "como decorreu o combate inicial ao fogo,
com alguns atrasos no posicionamento dos meios". Segundo os autarcas, foram
constatadas situações onde as populações "estiveram duas horas à espera de meios
dos bombeiros, mas ressalvaram "o empenhamento no combate". "Dadas as dimensões
e a forma como o fogo se propagava, era visível a dificuldade em combater as
chamas", observou Jorge Botelho. "Reconheço que era difícil estar em todo o lado
ao mesmo tempo", sublinhou.
Segundo os autarcas, as populações têm recebido
apoio social, "prevendo-se para muito breve a reconstrução das casas
destruídas". O Governo oficializou uma ajuda financeira no valor de 1,5 milhões
de euros para os dois municípios, verba disponibilizada através de um Contrato
Local de Desenvolvimento Social.
Fonte: Correio da Manhã
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