Hoje, Dia mundial do Trabalhador, gostaria de deixar aqui no blog uma postagem alusiva a esta comemoração, inserida no contexto do que é “TRABALHAR NOS BOMBEIROS”.
Poderíamos desde já, falar sobre a agressividade física do trabalho, dos perigos e segurança pessoal, dos incêndios e salvamentos, de cheias e inundações...
Mas, alguma desta missão é tão penosa para um trabalhador como os aspectos psicossociais a que um bombeiro profissional é exposto?
Este é um trabalho que desenvolve missões de resgate, salvamento, problemas graves e dramáticos que envolvem outras pessoas, impondo ao trabalhador níveis de responsabilidade e auto-exigência de elevado nível, pois não se considera a possibilidade de falhar, ou pior, a possibilidade de bloqueio mental não sabendo o que o trabalhador deva fazer no desempenho da sua missão.
Nos estudos dos factores de stress de várias profissões, ficou registado que no desempenho de missões que envolvem situações de trabalhadores que tem de lidar com o sofrimento agudo de outros, muitas vezes em condições de trabalho extremas, os mesmos ficam expostos a traumatismos “invisíveis”, que mais tarde se irão manifestar das mais variadas formas.
Estas experiências “traumáticas invisíveis” levam futuramente os trabalhadores a desenvolverem patologias de stress fisiológico e psicológico tal como transtornos mentais e outros problemas evidenciando os cardiovasculares.
Outro factor de stress pouco abordado nos estudos mas ainda que referido, é a situação de pré-planeamento e escolha de meios.
Os minutos de decisão que se sucedem após suar o alarme interno, no qual o líder tem de tomar o poder de decisão sobre a situação emergêncista que irá lidar provoca um factor de ansiedade extremo, que pode levar a acelerar todo o factor psicossocial a que o trabalhador está sujeito.
E, como bombeiro profissional, para mim, pessoalmente é sem dúvida o momento mais aflitivo, a surpresa do alarme e o stress da situação que se mantém até á saída do veiculo.
Toda esta situação descrita anteriormente, segundo os elaboradores dos estudos deve-se principalmente a longos períodos de inactividade física e psicológica no quartel, que em segundos tem de ser revertida.
No final desta pequena tese, pode-se reflectir que no fim de um turno a equipa recolhe à sua casa e família cheia de pensos invisíveis e de feridas por curar.
Feridas estas, que são tapadas pelos nossos lideres e representantes, com as notas que nos pagam o vencimento.
...Só que o dinheiro não é tudo na vida... e estas mazelas físicas e psicológicas demoram muito tempo a passar... e outras vezes nem passam, podendo mesmo levar o trabalhador a ser um mau profissional.
Para o Dia Internacional do Trabalhador
2 comentários:
a quem pertence essa foto???
Foram tiradas num simulacro de Incêndios Urbano em Sendim.
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