quarta-feira, 18 de maio de 2011

Artigo Técnico: Consequências dos Incêndios Florestais

Sabe porque é que os Incêndios Florestais, mesmo os que ocorrem no inverno ou fora da época de calor, podem ser tão devastadores?

A região do Nordeste Transmontano têm sido afectada por incêndios durante todo o ano. Os incêndios "fora de época", não são menos importantes que os Incêndios na época quente. Durante o ano algumas consequencias variam conforme a altura, só que nem sempre se dá a mesma importância a estes incêndios, apesar dos efeitos do fogo se manterem nas zonas queimadas por bastante tempo. Geralmente os cursos de combate a incêndios florestais não abordam na sua programática os impactos dos incêndios para com o solo, vegetação e ambiente envolvente, sendo que é importante dar a conhecer esses efeitos resultantes.

Os impactes resultantes do fogo pode ser:
   - Efeitos de primeira ordem- São aqueles que resultam directa e imediatamente do fogo.

   - Efeitos de segunda ordem- Sãos as modificações de longo prazo resultantes do tratamento e das condições ambientais no período subsequente ao fogo.

Os principais impactes do fogo no solo estabelecem-se em:
-Modificações imediatas no solo causadas pelo fogo dependem das caracteristicas iniciais do solo, da duração da exposição ao calor (tempo/calor), e das temperaturas alcançadas. Estas são:
-Alterações nos nutrientes;
-Aumento do pH por adição das cinzas;
-Modificações químicas;
-Hidrofobicidade (repelência da água no solo)

REGIME DE NUTRIENTES NO SOLO APÓS O FOGO

-Perda de nutrientes por volatilização;
-Adição de nutrientes nas cinzas;
-Aumento do pH;
-Aumento da temperatura do solo;
-Precipitação pós-fogo.

POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DO AZOTO

-Por perdas por volatilização;
- A perda é proporcional à quantidade de combustível consumido;
-Por perdas das formas solúveis em água, causadas por erosão ou lixiviação das cinzas.

POSSIBILIDADE DE AUMENTO DO AZOTO

-O aquecimento, que decompõe o azoto existente em formas complexas;
-O aumento da temperatura e pH do solo favorece a actividade microbiana;
- Aumenta a actividade das plantas fixadoras de azoto.
-Micorrizas (Cogumelos)- Um fogo que remova uma parte substancial da manta morta tenderá a limitar seriamente a micorrização.

EROSÃO PÓS-FOGO

- Grau de perturbação pré-existente (caminhos, erosão prévia);
-Características do solo;
-Formação de uma capa hidrofóbica;
-Quantidade de solo mineral exposto;
-Quantidade de coberto superficial orgânico;
- Momento e intensidade das ocorrências de precipitação posteriores ao fogo;
- Declive;

CONSIDERAÇÕES RELATIVAS À GESTÃO DO IMPACTE DO FOGO NO SOLO

-Conhecer a textura do solo —solos mais grosseiros são mais susceptíveis a processos erosivos, formação de capas hidrofóbicas, e são mais secos (o que facilita efeitos indesejáveis de aquecimento);
-Conhecer a acidez (pH) e fertilidade do solo;
-Controlar a quantidade de calor que penetra no solo, através da prescrição da humidade da manta morta inferior;
-Regular a quantidade de combustível e manta morta inferior consumida;
-Deixar uma quantidade específica de manta morta residual.

Por: Paulo Ferro Técnico DFCI -Trabalho no âmbito da disciplina de Uso de Fogo (CET-DFCI/IPB)

1 comentário:

Patrícia Antão disse...

Estes Artigos Téncinos aumentam a qualidade e interesse do Blog. Parabens.