Estudo mostra também que os portugueses preferem os carteiros aos médicos.
Os bombeiros, professores e carteiros são as profissões em que os portugueses mais confiam, ficando no extremo oposto dos políticos, advogados e banqueiros. Também mal posicionados no Índice de Confiança Nacional surgem os juízes, recolhendo a confiança de 50% dos inquiridos e registando a maior descida do ano.
Os bombeiros, professores e carteiros são as profissões em que os portugueses mais confiam, ficando no extremo oposto dos políticos, advogados e banqueiros. Também mal posicionados no Índice de Confiança Nacional surgem os juízes, recolhendo a confiança de 50% dos inquiridos e registando a maior descida do ano.
Os dados resultam do inquérito a 18 800 pessoas feito em 15 países europeus, EUA, Brasil, Colômbia e Índia pela GfK Custom Research - empresa de estudos de mercado - e onde foram avaliadas 20 funções. Tal como em Portugal, os bombeiros - pelo terceiro ano consecutivo - e professores são as profissões com maior confiança, 94 e 84% respectivamente.
Para Duarte Caldeira, presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros (LPB), "os resultados não surpreendem". "Há de forma geral, no conjunto da população, uma confiança muito regular na profissão ou função de bombeiro". Para o presidente da LPB, há três razões para este índice de confiança, começando pelo facto de o bombeiro estar associado à protecção da vida e bens da população.
"Depois, é sabido que estamos num tempo de crise de valores e quando isso sucede as pessoas tendem a identificar-se com as profissões de referência desses valores", explica. Para estes resultados, admite Duarte Caldeira, contribui ainda "o desprestígio de outras profissões".
Também Mário Nogueira não se mostra surpreendido com a classificação dos professores. "Só o é para os ministros e primeiros--ministros que tentam denegrir a nossa imagem", salienta o secretário-geral da Fenprof. Que explica que "os portugueses conhecem os professores das escolas, têm uma grande confiança até porque há um contacto muito grande".
Menos surpreendente para Mário Nogueira e Duarte Caldeira são os maus resultados obtidos pelos políticos e advogados. "Lamento, mas compreendo, uma vez que os seus agentes parecem cuidar pouco da idoneidade da sua função", comenta o presidente da LPB sobre os 17% de confiança depositados nos políticos. Já Mário Nogueira salienta que "as pessoas desconfiam porque há promessas que não são cumpridas". E relembra que, embora as pessoas continuem a votar, "a verdade é que são cada vez menos os que votam".
Quanto aos advogados, Mário Nogueira acredita que a falta de confiança que os portugueses têm nestes profissionais é também fruto da profissão. "Há a ideia de que os advogados um dia defendem uma causa e, se for preciso, dias depois estão a defender outra contrária", diz o dirigente da Fenprof.
Entre os resultados de 2010, destaque para a queda de 15 pontos percentuais dos juízes, ocupando agora o 15.º posto. As Forças Armadas surgem no 5.º posto (87%), o clero em oitavo (74%) e os jornalistas na 12.ª posição (66%).
Fonte: DN
Foto: P.Ferro
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