Mais de duas dezenas de enfermeiros agiram judicialmente contra o Centro Hospitalar do Nordeste pela alegada redução do valor/hora pago nos turnos das tardes, noites, fins-de-semana e feriados. Os profissionais, aos quais se juntaram três técnicos de diagnóstico e terapêutica, reclamam da medida do Centro Hospitalar que, segundo afirmam, “foi tomada sem qualquer aviso prévio”.
Segundo contaram, o Centro Hospitalar terá avançado com esta medida no início de Janeiro, tendo reduzido o valor da hora em cerca de 75 por cento, horas essas que seriam pagas ao mesmo nível da tabela salarial de outros técnicos superiores. Segundo afirmam, a redução foi de seis euros/hora para os 1,55 euros/hora, independentemente do dia.
“As tardes deixaram de ser pagas e as noites, seja feriado ou não, de segunda a domingo, têm o mesmo valor, 1,55 euros, para além do salário base”, apontaram os profissionais, que pediram anonimato para prestar declarações.
Em média, por mês, os enfermeiros queixam-se de estar a perder entre 160 a 250 euros. Depois de uma primeira tentativa de acordo entre o Sindicato e o Centro Hospitalar, os profissionais decidiram agir judicialmente. A primeira audiência realizou-se na semana passada e os enfermeiros estavam disponíveis a negociações. No entanto, não houve qualquer acordo.
“Nós estávamos disponíveis à proposta de qualquer acordo, mas não houve qualquer proposta. Segundo o advogado representante do Centro Hospitalar, não havia nenhuma indicação para apresentar propostas”, contaram os enfermeiros.
Os profissionais consideram que a medida do Centro Hospitalar, por ter sido tomada sem aviso prévio, é “ilegal” e acreditam que existe fundamentação para a sua causa.
A situação abrangeu, também, as unidades de Mirandela e de Macedo de Cavaleiros, tendo sido afectados por este corte não só enfermeiros, mas também técnicos e auxiliares de acção médica. Ainda assim, só em Bragança houve mobilização contra esta medida.
O julgamento ficou marcado para dia 14 de Fevereiro.
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