quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Comparação Oportuna

Não poderia haver melhor comparação, senão no dia seguinte ao que foi recusado apoio de meios aéreos nacionais no combate a um incêndio na AAP de Bragança, haver um incêndio nos suburbios de Lisboa, e imediatamente serem despachados para aquele local um meio áereo pesado, dos tais que actuam em missões de ataque ampliada (ATA). Convencionou-se este ano haver uma maior rentabilização dos meios aéreos no combate a incêndios florestais em ataque inicial. Mas o método, empregue ate agora, para o distrito de Bragança, em nada abona a favor daquilo que são os incêndios com mais de 90 minutos activos.

Relatando o incêndio de Formil, que deflagrou pelas 16h42, foram despachadas 2 Equipas de Combate a Incêndios (ECIN´s) ao primeiro alerta, visto outras 2 ECIN´s já se encontrarem a caminho de um outro incêndio para reforçar outras ECIN´s, que lavrava em Abreiro, Mirandela. Na chegada ao teatro de operações destas, já um helicóptero ligeiro estacionado no CMA de Nogueira se encontrava a actuar. Devido aos factores meteorologicos locais, que eram: temperaturas altas acima dos 30º, vento forte acima dos 25 a 30 nós, o incêndio progride com muita intensidade, e assim se mantiveram esta condições, adversas, para o evoluir favorável do combate ao incêndio.

Depois da coordenação entre as equipas envolvidas e do despacho de mais meios, do corpo de bombeiros de Bragança e de outras corporações, chegaram a actuar no total 47 Bombeiros de Bragança com 10 viaturas e 28 operacionais de outras corporações e entidades, apoiados por 6 viaturas. Faz-se referencia ainda ao Hotel21, com Brigada GIPS e uma equipa de intervenção terrestre dos GIPS. 

O incêndio que ao fim de 1h30, já possuía grandes dimensões lavrou em mato, pinho, carvalho e outras espécies arbóreas. Todos estes meios, com a essencial ajuda do Hotel 21 praticamente debelaram toda extensão das frentes de incêndio, não fosse por falta de autonomia o H21 ter de abandonar o TO.

Segundo o Comandante do Corpo de Bombeiros de Bragança, José Fernandes, revelou do relatório de ocorrência a seguinte descrição do trabalho desenvolvido:
- Ataque Directo e frontal com linhas de água envolvendo várias viaturas. Para o êxito da missão foi determinante a acção de uma maquina de rastos da Câmara Municipal de Bragança, apoiada por 3 viaturas de combate a incêndios florestais. Ás 18 horas foi solicitado ao CDOS o empenho em ATA do H21, o qual foi recusado. Este encontrava-se estacionado e aí permaneceu no CMA de Nogueira a 1 minuto de voo do local da ocorrência e com água muito próxima do incêndio (Barragem de Formil), o que implicou que a área ardida fosse substancialmente maior, numa zona pertencente á "REDE NATURA".

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Curiosamente hoje deparamo-nos com este incêndio:

Um incêndio nos subúrbios de Lisboa, onde rapidamente foram mobilizados 119 bombeiros, e lá está o tão curioso helicóptero pesado para ATA, que com menos de 1h30, foi para o teatro de operações, proteger o mato e monte "mal tratado" que os nossos superiores teimam em proteger e dar importância.

Compare as informações das ocorrências e imagens de satélite, e veja com se tratam os cidadãos e Bombeiros de Lisboa, e os cidadãos e Bombeiros do Norte.

Alguém recentemente disse: "A terra a quem a trabalha", é agora mais que nunca necessária para o desenvolvimento da nossa região. Hoje foi em Bragança, amanha será no outro canto do distrito...

7 comentários:

filipe disse...

e o país k temos e é o país que teremos sempre... a culpa disto é do sr.vaz pinto k sendo da terra, nem a terra defende, fala mais alto o cargo k ocupa....

Anónimo disse...

E BEM FEITO ELE NAO QUER SABER DE NOS.CALAIVOS PK AINDA VOS TIRA O VFCI.........

Anónimo disse...

Quem manda no Heli do distrito em primeiro lugar é o codis de bragança ...... A responsabilidade a quem a têm ...

Anónimo disse...

VOCES NAO APRENDEM,NOS NAO SOMOS NADA VALEMOS ZERO.NEM AGORA COM SR NORBERTO CONTINUAMOS OS MESMOS COITADINHOS.A CIVILIZAÇAO NAO PASSA DO MARAO.APRENDAM DE VEZ.NEM O MAIORAL NOS AJUDA QUE E COMO SABEM DE CA DE CIMA.

LuísRock disse...

é uma comparação interessante e adorei o artigo. por aqui se vêm as assimetrias e a influência política. em Lisboa ninguém quer saber da mancha de carvalhos única na europa que há na serra da nogueira... óbvio está que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem... não me alongo mais nos comentários porque já o fiz naquela reportagem da SIC, não há palvras e muito menos explicação. o óbvio é ignorado e o absurdo valorizado, Portugal sempre foi assim e não vai mudar...

Transmontano Convicto disse...

O post está bom.

Mas discordo que isto seja só em Lisboa que acontece disto e que há concentração de meios, se fosse no Porto, acontecia o mesmo, não duvidem, se lá fizesse falta um Kamov seria para lá destacado em detrimento de nós.

Em relação às ECIN’s idem-aspas, os distritos do pais com menos bombeiros por Km 2 de área são respectivamente Bragança e Vila Real, bem como os distritos de Beja e Évora.

Mas se no Alentejo não há quase nada para arder, quase não há resinosas, aqui passa-se exactamente o contrário, temos grandes manchas florestais, e temos muito poucos bombeiros para as defender, Trás-os-Montes tem muito poucos bombeiros.

Os meios em Portugal estão mal distribuídos, e os CB’s não estão equipados de acordo com a área que servem, nem com a tipologia da AAP que lhes está atribuída, nem muito menos é tido em linha de conta o numero de CB que há por concelho, o que devia ser tido em linha de conta quando se define o numero de ECIN’s.

Basicamente a receita é igual para todos, 2 ECIN’s e 1 ELAC, noutros menos.

Enquanto que aqui temos concelhos com 700, 800 e mais de 100 km 2 como o de Bragança, que contam com 2 corporações de bombeiros, no litoral, e basta passar para o distrito do Porto, e ver que concelhos com pouco mais de 150 km 2 de área, como por exemplo Paredes que tem apenas 156 km 2, concelho este onde há 5 corporações de bombeiros, até se estorvam uns aos outros, separados por 3 ou 4 km, e em cada um destes CB’s há 2 ECIN’s por corporação e uma ELAC.

Basicamente a mesma guarnição e os mesmos meios que nós temos aqui em cima, em concelhos com área 5 e 6 vezes maiores, e com 2 ou menos corporações de bombeiros, por exemplo Macedo de Cavaleiros, tem 700 km 2 de área e só tem uma corporação de bombeiros.

O problema está aqui.

Se reparar Trás-os-Montes foi talvez a região mais prejudicada com a redução de meios aéreos nos últimos 2 anos, perdemos o Kamov que estava em Vila Real no ano passado, e este ano 2 aviões em Vila Real.

Em Bragança mantive-mos os dois helis de Bornes e da Nogueira, o problema é que estes helis são para ATI e não para ataque ampliado.

Quando tínhamos o Kamov em Vila Real, este era muitas vezes destacado para o distrito de Bragança para ataque ampliado, como o perdemos para Braga, o que acontece é que os mais próximos estão precisamente em Braga e em Santa Comba Dão.

Sendo assim a deslocação dos Kamov’s para Bragança torna-se muito morosa e por isso difícil devido a questões de autonomia, dai não termos tido ainda este ano nenhum Kamov a operar aqui para cima para a zona de Bragança, o mais para cima que esteve pelo que sei foi em Mirandela, Carrazeda de Ansiães e Murça.

Por isso na minha opinião as assimetrias em Portugal não são entre Lisboa e o resto do pais, mas sim entre o litoral do pais e o interior, e no litoral inclui-se não só Lisboa, mas como toda a faixa litoral desde Viana a Setúbal passando pelo Porto e Coimbra, e o Algarve.

O resto sem dúvida que é prejudicado em relação a esta faixa costeira, não haja dúvidas, e nós estamos a ser prejudicados gravemente pela CCDR-N e pelo Porto.

O que se passou com as verbas que a CCDR-N nos destinou no que respeita aos equipamentos para os corpos de bombeiros em Trás-os-Montes é disso paradigmático, com especial incidência para o distrito de Bragança, em que fomos gravemente prejudicados, é isso que nos espera inseridos numa hipotética região norte, nada mais que umas migalhas e colonialismo do Porto em relação a nós.

Transmontano Convicto disse...

Por isso é que nós, TRANSMONTANOS nunca podemos permitir que o pais seja regionalizado com base no mapa das 5 regiões, com a criação dessa vergonha e parasitante região norte com sede no Porto, que actualmente não passa de um NUT II - Nomenclatura de Unidade Territorial, criada apenas e só para fins estatísticos, é preciso que as pessoas estejam cientes desta dado, apenas e só para fins estatísticos, mais nada.

O mapa das 5 regiões é apenas um mapa tecnocrático criado em 2001 para fins estatísticos, ponto.

Numa futura regionalização de Portugal, se é que vier a ser feita, as regiões históricas como Trás-os-Montes, o Minho e as Beiras têm que se respeitadas.

Se no sul do pais houve lugar para e Algarve e Alentejo, no norte geográfico do pais também tem que haver lugar para Trás-os-Montes, para além do mais os Trasmontanos têm uma identidade secular de Transmontanos, os que se dizem nortenhos ou do norte são basicamente os que vivem no Porto e respectivo distrito.

A regionalização se for feita tem que se do litoral para o interior, e nós temos que ter a nossa região de Trás-os-Montes separada e à parte do Porto, com órgãos decisórios próprios.

Caso contrário seremos sempre prejudicados pelo centralismo/colonialismo do Porto, gente sem o mínimo de vergonha na cara, que passa a vida a criticar o centralismo de Lisboa, e depois armam-se eles em centralistas em relação a Trás-os-Montes.

Porque é disso que se trata de colonialismo nefasto dos regionalistas do Porto que querem lançar a pata sobre Trás-os-Montes para ganhar poder e a massa critica necessária para depois numa fase posterior lançar o pais no caos, lançando uma autentica guerra norte-sul e fazendo de Portugal uma espécie de Bélgica, é esse o objectivo de senhores como o Luís Filipe Meneses, Manuel Serrão, João Tavares, director do JN, ou o senhor Carlos Abreu Amorim, outro que vomita ódio contra quem vive abaixo do Mondego, entre outras peças que por lá andam.

Mas voltando ao tema, meus amigos este ano é com estes meios que temos que nos ver, e nós Transmontanos somos pau para toda a colher, sempre nos desenrascamos, somos duros, criados nestas serranias a levar com as aragens do Marão, Bornes, Padrela, Barroso, Nogueira e Montesinho pela cara fora no Inverno.

Só quem é cá criado é que percebe isto, e não esquecer:

Para cá do Marão mandam os que cá estão.

E parabéns ao webmaster’s do cbbragança.blogspot.com por voltar a colocar na lateral do blog a expressão:

Aviso - Blog Orgulhosamente Transmontano.

Cumprimentos.