A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, deteve um desempregado de 37 anos suspeito por ter ateado vários focos de incêndio na freguesia de Torreda, na serra do Marvão. O motivo para cometer o acto, segundo o indivíduo, foi o "consumo de bebidas alcoólicas" e a "consequente perda da noção da realidade". O incêndio consumiu uma área florestal com cerca de 35 hectares, constituída maioritariamente por pinheiros. Nas imediações existia ainda um aglomerado de habitações que só não correram perigo devido à pronta intervenção dos bombeiros e de meios aéreos.
Durante este Verão, a Polícia Judiciária já deteve 17 pessoas, em todo o país, pela prática de crimes de incêndio florestal.
Só no distrito de Vila Real, desde Janeiro, a Guarda Nacional Republicana identificou 12 suspeitos de provocarem fogos. Quatro destes suspeitos foram detidos pela PJ. Depois de ouvidos em tribunal, dois dos indivíduos ficaram a aguardar julgamento em prisão preventiva e o outro foi institucionalizado por apresentar um quadro de perturbação mental.
O último destes detidos vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para a aplicação de medidas de coacção. Segundo dados expostos no site da Autoridade Nacional de Protecção Civil já existiram 191 ocorrências de incêndios floretais, foram utilizados 2.321 operacionais e usados 588 veículos. Dos 15 incêndios que ainda estão em curso, os mais significativos são sete. O primeiro na zona de Vilas Boas, no distrito de Bragança, teve início ontem por volta das 12h51 e ao final da tarde o ponto da situação era preocupante com o fogo activo em quatro frentes. No local estiveram 84 bombeiros, 5 sapadores florestais e 25 veículos operacionais.
Também ontem, no mesmo distrito mas, desta vez, em Peredo dos Castelhanos, às 13h40 iniciou-se um incêndio que obrigou à acção de 57 bombeiros e 17 veículos operacionais. No início da noite, por volta das 19h, o fogo continuava com uma frente em mato.
No distrito de Viseu também estão dois incêndios em curso. Um na localidade de Paus, no conselho de Resende, que se iniciou logo depois da hora de almoço e "chamou" 43 bombeiros e 11 veículos. O ponto de situação ao final do dia também não era animador, com o fogo activo em três frentes. O outro incêndio no distrito, em Fornelos, foi de menor dimensão e contou com 20 bombeiros e 4 veículos operacionais para o combater. Este fogo permanecia ontem com duas frentes activas.
No Porto, na zona do Murtal, o fogo iniciou-se a meio da tarde por volta das 16h. 37 bombeiros foram precisos no local, assim como 11 veículos operacionais. Uma das frentes continuava activa por volta das 19h.
Já no distrito de Vila Real, a situação permanece crítica com ainda dois fogos por apagar. O primeiro, na região de Ardaos, no concelho de Boticas, iniciou--se pela manhã às 10h30 e foram necessários 91 bombeiros no local, 27 veículos operacionais e ainda dois helicópteros bombardeiros. O incêndio permaneceu durante todo o dia e por volta das 18h30 continuava com quatro frentes activas.
O outro caso em Vila Real é no concelho de Vila Pouca de Aguiar. Um incêndio de menores dimensões, comparado com o que ocorre em Boticas mas, mesmo assim, por volta das 19h uma frente permanecia activa e foram necessários 15 bombeiros para o combater assim como três veículos operacionais.
Segundo o Instituto de Meteorologia, a previsão de hoje para o risco de incêndio permanece muito elevado nas zonas de Trás--os-Montes e Alto Douro. Na Beira Interior, a previsão também não é positiva. Mas, no Algarve, o risco é considerado moderado. E, nas zonas da Beira Litoral, Estremadura e Alentejo o cenário de incêndio é reduzido.
Fonte:i
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