No Distrito de Bragança metades dos bombeiros já assistiram partos na estrada

Metade das corporações de bombeiros do distrito de Bragança já foram «parteiras», nos últimos três anos de, pelo menos, sete bebés nascidos em ambulâncias, com o IP4 a predominar como local de nascimento entre as estradas da região.
De acordo com dados obtidos esta terça-feira pela Lusa junto dos bombeiros, cerca de metade das 14 corporações do Nordeste Transmontano já tiveram a experiência de um parto na estrada, desde o encerramento da Maternidade de Mirandela, em Setembro de 2006.
Neste ano, já houve três partos em ambulâncias, dois do quais no espaço de uma semana.
Esta é a única experiência de que tem memória o comandante Sá Lopes, embora a corporação já esteja habituada aos «transportes à pressa», tendo algumas vezes de virar para o serviço de saúde mais próximo por não dar tempo para chegar à maternidade.
As corporações concordam que independentemente do encerramento da maternidade de Mirandela, alguns destes partos ocorreriam na estrada, até porque parte tinha como referência Bragança.
Para Sampaio da Veiga, director clínico do Centro Hospitalar do Nordeste, responsável pela maternidade, «a explicação para estes casos é mais de carácter social do que técnico».
«Numa mulher com mais do que uma gravidez o parto evoluiu de maneira mais rápida e basta haver alguma distracção ou não acautelar a chegada com antecedência ao hospital para que isto aconteça», esclareceu.