Não há que temer pelo futuro dos bombeiros voluntários assegura o presidente da Liga Nacional dos Bombeiros (LNB) e director da Escola Nacional dos Bombeiros, Duarte Caldeira. Só neste ano, estão a tirar o curso quase três mil novos recrutas que irão aumentar o corpo de voluntários em 12%. "Não há qualquer problema de falta de vocação ou de pessoas que se disponibilizem", garante Duarte Caldeira.
Também o presidente da Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários (APBV) confirma que "felizmente, há cada vez mais jovens bombeiros". Paulo Jesus explica que o fenómeno deve-se, em grande parte, ao trabalho de sensibilização que está a ser feito junto das escolas e que capta novos recrutas. E ainda bem porque, "neste momento os voluntários são a espinha dorsal da Protecção Civil", afiança.
Todavia, apesar de em termos de voluntários não se estar a assistir a uma quebra nas fileiras, é notória a menor disponibilidade temporal dos bombeiros. E até se já se fala em discriminação na contratação laboral.
"Antigamente, como as empresas estavam inseridas localmente, era mais fácil facilitarem a saída dos funcionários. Hoje, como os quadros estão limitados ao estritamente necessário e todos desempenham uma função determinante para o processo produtivo, há cada vez menos disponibilidade e temos de apelar à compreensão das entidades patronais", explica Duarte Caldeira.
Paulo Jesus confidencia que "há muitos bombeiros que omitem a sua condição de voluntários" porque ela é "um factor de discriminação na contratação".
No entender do presidente da APBV é necessário dar mais condições e incentivos às entidades patronais, por exemplo, benefícios em sede de IRC ou bonificação na Segurança Social.
Apesar de os bombeiros profissionais assumirem cada vez maior destaque no combate aos incêndios florestais, isso não implica que os voluntários desapareçam ou percam a sua importância assegura o presidente da LNB. Todavia, irá haver uma evolução. "O voluntariado, que era a primeira resposta, passará para uma resposta complementar à estrutura profissional dos municípios e das associações humanitárias de bombeiros", antecipa Duarte Caldeira. "Acho muito bem que se parta para a profissionalização dos bombeiros", concorda o presidente da APBV.
"Não estamos em presença de nada negativo até porque a formação é cada vez mais complexa, cara e exigente e as pessoas exigem mais prontidão e competência", assegura Duarte Caldeira. No entanto, este caminho para uma crescente profissionalização não anula o caracter complementar do voluntariado, como explica o presidente da LNB. "Em determinadas zonas do Norte de Portugal, 77% das operações de socorro durante a noite são efectuados pelos voluntários".
Duarte Caldeira garante ainda que, apesar de voluntários, aqueles bombeiros "não são amadores" e que "são voluntários por opção, mas profissionais na acção".
3 comentários:
este senhor não deve viver no mesmo país que eu...
Qual país? O dos pacóvios, da sande e da mini?
Talvez a noticia se refira aos C.Bs da Zona centro onde o volúntariado esteva bastante desprotagonizado.
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