São treinados para salvar vidas, mas, desta vez, António Neto, Paulo Ferro e David Valadar viram a sua própria vida em risco durante o combate às chamas em Calvelhe, no concelho de Bragança.O incêndio deflagrou ao início da tarde do passado dia 22 e, por volta das 17 horas, pregou uma partida aos soldados da paz que se encontravam a estudar uma estratégia de contra-fogo para travar as chamas.“Estávamos a ver como actuar junto a uma ribeira, para que o fogo não se propagasse à encosta contrária, quando, de repente, há uma projecção de fogo do monte que estava a arder para o local onde nos encontrávamos”, conta António Neto.À primeira vista parecia uma pequena chama fácil de apagar, mas o vento espalhou as labaredas em poucos minutos. “Ainda tentámos apagar, mas tivemos que fugir para um olival. Pensávamos que estávamos seguros, mas o fogo começou a propagar-se e a única forma de escapar era por um monte de silvas e pelas fragas”, recorda o chefe Neto.Durante a fuga, Paulo Ferro lesionou-se numa queda, o que viria a dificultar a vida aos três bombeiros que lutavam pela vida no meio das chamas. “ A única hipótese era fugir para a ribeira, mas chegámos lá e não tinha água, o que nos obrigou a subir a encosta que já estava queimada e esperar que as chamas dessem tréguas”, salienta António Neto.O local era inacessível, o que obrigou os bombeiros a inalar fumo e suportarem o calor do fogo durante cerca de uma hora. “Como estava com dificuldade em movimentar-me ainda lhes disse para fugirem que eu lá os apanhava, mas eles nunca me deixaram para trás”, recorda Paulo Ferro.O espírito de equipa foi constante nos momentos de aflição. “Chegou-nos a passar pela cabeça que não iríamos conseguir sair dali”, realça David Valadar.Falhados vários pedidos de ajuda via rádio, para serem refrescados com água, os três soldados da paz, já exaustos, conseguiram subir a encosta até um ponto acessível ao helicóptero, que os evacuou directamente para a Unidade Hospitalar de Bragança.
2 comentários:
fico extramamente contente em saber k se encontram sao e salvos, um abraço do vosso colega filipe...
Abraço amigo fico feliz por estarem bem.
Ricardo Guerra
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