No terceiro andar do prédio em chamas, Inês Rodrigues, de 20 anos, estava anteontem à tarde completamente desesperada. Sozinha com o irmão Eduardo, um bebé de seis meses, a jovem estava encurralada no apartamento, localizado na rua Presidente Arriaga, em Lisboa.
Pensou que estava tudo perdido, quando viu o militar Alexandre Marques entrar no apartamento. Sem qualquer equipamento de proteção, o GNR avançou pelo fogo e salvou os dois irmãos.
Militar há 16 anos, o guarda principal, de 40 anos, estava de serviço no Comando da Unidade Nacional de Trânsito, cujas instalações são contíguas ao prédio onde o fogo deflagrou.
"Uma moradora entrou aflita nas instalações a dizer que a sua casa e o prédio estavam a arder. Só pensei nas pessoas que podiam estar em perigo no interior. Quando entrei, o prédio já estava coberto de fumo negro, não se conseguia ver nada. Fui subindo, com uma lanterna, e bati em todas as portas, até que encontrei a jovem e o bebé no terceiro andar", contou ontem ao Correio da Manhã o militar.
O incêndio deflagrou no segundo andar do edifício e terá sido causado por um curto-circuito numa máquina de lavar roupa. No terceiro piso, Inês Rodrigues estava a tomar conta do irmão, Eduardo, quando sentiu cheiro a fumo em casa. "Abri a porta de casa e estava muito escuro, o prédio estava cheio de fumo, não conseguia respirar. Tive medo de sair com o meu irmão e com a nossa gata. Entretanto apareceu o militar, bateu à porta e disse-nos para irmos com ele. Levou-nos com muito cuidado até à rua. Foi um herói", contou Inês, emocionada, ao CM.
Os Sapadores de Lisboa acorreram rapidamente ao local e extinguiram o fogo, que não provocou feridos. "Não sou um herói, só pensei em ajudar. É uma situação que nunca vou esquecer", afirmou o GNR.
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