sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"A Portuguesa", o hino nacional português


"A Portuguesa", o hino nacional portuguêsA 1 de fevereiro de 1890 foi executado pela primeira vez em público, num sarau lisboeta, "A Portuguesa", que se tornaria no hino nacional português em 1911.

"A Portuguesa", que hoje é um dos símbolos nacionais de Portugal, nasceu como uma canção de cariz patriótico em resposta ao ultimato britânico para que as tropas portuguesas abandonassem as suas posições em África, no denominado "Mapa cor-de-rosa". Foi composta em 1890, com letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil, e foi utilizada desde cedo como símbolo patriótico mas também republicano. Aliás, em 31 de janeiro de 1891, numa tentativa falhada de golpe de Estado que pretendia implantar a república em Portugal, esta canção já aparecia como a opção dos republicanos para hino nacional, o que aconteceu, efetivamente, quando após a instauração da República a 5 de outubro de 1910, a Assembleia Nacional Constituinte a consagrou como símbolo nacional em 19 de junho de 1911.

"A Portuguesa", proibida pelo regime monárquico, que originalmente tinha uma letra um tanto ou quanto diferente (mesmo a música foi sofrendo algumas alterações) — onde hoje se diz "contra os canhões", dizia-se "contra os bretões", ou seja, os ingleses — veio substituir o Hymno da Carta, então o hino nacional desde maio de 1834. Em 1956, existiam no entanto várias versões do hino, não só na linha melódica, mas também nas instrumentações, especialmente para banda, pelo que o governo nomeou uma comissão encarregada de estudar uma versão oficial de A Portuguesa. Essa comissão elaborou uma proposta que seria aprovada em Conselho de Ministros a 16 de julho de 1957, mantendo-se o hino inalterado deste então. Nota-se na música uma influência clara do hino nacional francês, La Marseillaise, também ele um símbolo revolucionário.

O hino é composto por três partes, cada uma delas com duas quadras (estrofes de quatro versos), seguidas do refrão, uma quintilha (estrofe de cinco versos). Das três partes do hino, apenas a primeira parte é usada em cerimónias oficiais, sendo as outras duas partes praticamente desconhecidas. A Portuguesa é executada oficialmente em cerimónias nacionais, civis e militares, onde é prestada homenagem à Pátria, à Bandeira Nacional ou ao Presidente da República. Do mesmo modo, em cerimónias oficiais no território português por receção de chefes de Estado estrangeiros, a sua execução é obrigatória depois de ouvido o hino do país representado.

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