Os bombeiros foram responsáveis por 80 por cento das intervenções de socorro pré-hospitalar acionadas pelo 112 entre 2001 e 2011, anunciou hoje a Liga de Bombeiros Portugueses (LBP).
Numa altura em que se discute o regulamento de transportes de doentes, a LBP afirma, em comunicado, que nos últimos dez anos os bombeiros asseguraram mais de 4,7 milhões de intervenções, muito acima dos 1,2 milhões que dizem ter sido feitas pelas estruturas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
"Os números atestam a importância que os bombeiros detém e que tem vindo a aumentar no seio da sociedade portuguesa pese embora a crise a que também têm tido que responder", segundo a Liga.
Aponta também que para os bombeiros responderem a um "tão grande número de pedidos de socorro, socorreram-se sempre de meios próprios", algo que para a LBP atesta o nível crescente de competência" destes profissionais.
"Das 4,7 milhões de intervenções dos bombeiros, 3,6 milhões foram realizadas com as 228 ambulâncias INEM distribuídas pelas associações e corpos de bombeiros, reforçadas também com as ambulâncias próprias dos bombeiros, no âmbito dos chamados Postos de Emergência (PEM) protocolados entre o Instituto e as entidades detentoras de bombeiros", lê-se no comunicado.
Os restantes 1,1 milhões de intervenções realizadas, diz a Liga, foram realizadas no âmbito de um protocolo entre o INEM e 205 associações e corporações de bombeiros como Postos de Reserva.
Estes dados surgem numa altura em que a LBP ameaça abandonar o grupo de trabalho que está a rever o regulamento de transportes de doentes, caso um dos representantes do Ministério da Saúde não seja substituído.
O presidente da LBP, Jaime Marta Soares, disse à agência Lusa que o Ministério da Saúde "não está a cumprir" o memorando de entendimento assinado entre o Governo e os bombeiros e que estabeleceu a criação de um grupo de trabalho para rever o regulamento do transporte não urgente de doentes.
O corte no transporte não urgente de doentes tem sido contestado pela LBP, que tem chamado atenção para as graves dificuldades financeiras de algumas corporações de bombeiros.
O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais já avançou que cerca de 2.000 bombeiros profissionais já foram despedidos este ano em todo o país devido às dificuldades financeiras das corporações e às alterações das regras de transporte de doentes.
O Conselho Nacional da LBP reúne hoje, sendo o objetivo fazer um balanço da época de incêndios florestais e abordar o futuro modelo de financiamento do Ministério da Administração Interna às corporações de bombeiros.
Fonte: ionline
Sem comentários:
Enviar um comentário