Várias corporações de bombeiros do distrito de Bragança vão candidatar-se ao transporte de alunos para as escolas como forma de contornar as dificuldades económicas.
Várias corporações de bombeiros do distrito de Bragança vão candidatar-se ao transporte de alunos para as escolas como forma de contornar as dificuldades económicas, confirmou ao Mensageiro o presidente de Federação de Bombeiros do Distrito de Bragança, Diamantino Lopes. As corporações estão já adaptar a sua frota de viaturas que se destinava ao transporte de doentes às consultas, carrinhas de oito lugares, uma vez que este tipo de serviço diminuiu consideravelmente com a redução das comparticipações por parte do Ministério da Saúde.
Nesta lista estão os Bombeiros de Alfândega da Fé e Vinhais que poderão vir a transportar alunos já no próximo ano lectivo. Em Mogadouro e Torre de Moncorvo os bombeiros já asseguram o transporte de crianças e jovens portadores de deficiência entre a residência e a escola. As dificuldades financeiras provocadas pela redução de 50 por cento dos apoios está a afectar a generalidade das associação humanitárias dos bombeiros do distrito. “As que ainda não têm dificuldades caminham para lá”, garantiu o presidente da Federação. Estes problemas levaram os bombeiros a decidir reduzir a sua presença em eventos, tal como vinham fazendo até aqui, na maioria dos casos, a título gratuito, apesar de terem gastos com combustível, desgaste de viaturas e disponibilizarem recursos humanos. “Havia uma tabela de preços para a presença em eventos, nomeadamente desportivos e de lazer, cujos valores eram simbólicos, e que agora fomos obrigados a rever”, acrescentou Diamantino Lopes.
A medida já está a ser aplicada na corporação de Bragança, atestou Rui Correia, presidente desta Associação Humanitária. “Antigamente sempre que nos pediam nós estávamos presentes mas deixamos de ter capacidade para o fazer”, frisou. Agora quem quiser a presença de bombeiros e respectivos veículos, como ambulâncias ou carros de combate aos incêndios em actividades desportivas ou de lazer, terá de pagar “alguma coisa”, justificou Rui Correia. “A situação era incomportável, porque havia muitas solicitações que representavam gastos. A taxa agora aplicada é pequena e não significa lucro para as corporações, é apenas uma ajuda para pagar o desgaste com as viaturas”, acrescentou. Nas principais actividades desportivas, a sua presença continuará. Todavia, também deixou claro que o facto de os bombeiros não estarem presentes em todos os eventos signifique redução da segurança, uma vez que o quartel de Bragança está a dois minutos de todos os recintos desportivos da cidade e a cerca de 15 minutos das aldeias do concelho, excepto da zona de Izeda, que dispõe de uma corporação de bombeiros. “Podemos ter uma intervenção rápida em caso de necessidade”, assegurou.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança também sofre com a crise, mas continua a conseguir ter “uma gestão equilibrada”, apesar de o Hospital de Bragança manter uma dívida de 350 mil euros, que já vem de 2010. “Temos a promessa de que até ao final do mês vão pagar entre 50 a 60% do montante em dívida”, referiu Rui Correia. Outra dificuldade tem sido a cobrança de transportes a particulares, cujo montante ronda os 25 mil euros, apesar de alguns serviços individuais andarem pelos sete euros. Alguns dos montantes em falta acumulam-se há mais de oito anos. “Acabamos por gastar mais do que isso a enviar as cartas para cobrar as dívidas”, desabafou o presidente. A associação brigantina tem um orçamento anual de 1,4 milhões de euros.
Fonte:Mensageiro de Bragança
Sem comentários:
Enviar um comentário