Se tivermos um Verão como o de 2003 ou 2005, provavelmente a resposta será negativa. Quem o diz é Mark Beighley, consultor norte-americano que esteve em Portugal para avaliar a preparação do País para os incêndios. Apesar de reconhecer a evolução do sistema nacional de combate, o consultor sublinha que este ainda não foi testado num ano “normal”, dado que os anos de 2007 e 2008 foram mais favoráveis. O risco de se voltar a ter um ano atípico, em que ardem mais de 250 mil hectares, é cada vez maior, alerta o especialista. A probabilidade «aumentou de um em oito anos para um em quatro», assevera.
Os anos de 2003 e 2005 foram catastróficos em termos de número de fogos e área ardida. Só entre 30 de Julho e 3 de Agosto de 2003, 80 incêndios queimaram mais de 220 mil hectares de floresta. E o pior é que o que ardeu nesses dois anos está já pronto para voltar a arder, com a agravante de que o combustível deixado nas florestas propicia a evolução ainda mais rápida das chamas. O especialista acredita que as alterações climáticas são uma face do problema, mas aponta o dedo à mentalidade do povo português. «Cerca de 97 por cento dos incêndios têm causa humana», uma situação que não se verifica nos restantes países da Europa Mediterrânica, explica Beighley.
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