Está a aproximar-se a época que mais trabalho dá aos bombeiros. Apesar de ser uma altura que implica um aumento do contingente operacional de bombeiros, também se aumenta ás forças de combate aos incêndios, quer militares, quer civis.
O distrito de Bragança não foge á regra, e também se incluem essas diversas forças, sendo o único distrito que não dispõe de FEB´s, e meio aéreos pesados de combate a incêndios.Umas das forças instituídas no passado ano de 2008 foram os GIPS da GNR. Estes tem como missão executar acções de prevenção e de intervenção de primeira linha em todo o território nacional, em situações de emergência de protecção e socorro, designadamente nas ocorrências de incêndios florestais ou de matérias perigosas, catástrofes ou acidentes graves, que em Bragança apenas dispõem de meios para vigilância e combate a incêndios florestais. Estes grupos, que tanto fizeram temer aos bombeiros, são na realidade um complemento imprescindível no combate as chamas no Distrito de Bragança. Nos passados meses de Fevereiro e Março, os GIPS tiveram que acarretar com praticamente todas as ignições do distrito, visto serem os únicos com dispositivos em prontidão. Estes mesmos elementos têm duas bases no distrito, uma em Bornes (Alfandega da Fé) e outra na Nogueira (Bragança), conhecendo eu a realidade destes últimos, que possuem duas pick-ups tipo VLCI´s. Já me encontrei com equipas de GIPS com cargas horárias superiores a 48h de serviço sem rendição, tomei conhecimento que estes elementos perderam vários subsídios, como por exemplo, o subsidio de guias de marcha e o subsidio de batalhão, acabando por perder a principal regalia de pertencerem a um corpo profissional de protecção civil, e criando algum mal-estar e desagrado no seio destes profissionais.Alguns militares são obrigados à desistência de pertencerem aos GIPS. Voltando a falar daquilo que já há muito tempo, nós bombeiros comentamos sobre GNR´s não terem a essência, talvez inata até, do que é ser bombeiro, adoçarem a boca aos militares durante a criação destas equipas e depois de enraizadas tirarem-lhe os benefícios que possuíam, acabará por prejudicar a reestruturação da Protecção Civil em Portugal, deixando os bombeiros de novo sozinhos. A maioria destes militares desistentes confessa que prefere andar de farda limpa, com horário de trabalho e ter tempo de descanso, que pelo mesmo salário andarem sujos, sem horário concreto de trabalho, a correr de um lado para o outro, porque a AAP´s deles será geralmente o equivalente a um distrito. Estas medidas reflectem-se no combate e desde á algum tempo para cá que os tenho visto a deslocar com 3 a 4 elementos em cada viatura, não preenchendo a guarnição total das mesmas, que no caso de primeira intervenção irá influenciar negativamente as operações. O contingente do GIPS de Bragança, que foi colocado ao serviço do distrito iniciou com cerca 70 elementos, onde neste momento pode contar com cerca de 40 operacionais. Para o ano de 2009, já se coloca em causa a possibilidade de ser outro organismo, que não os GIPS, de assegurar meio aéreo do CMA de Nogueira. Quanto ao trabalho nos teatros de operações, estes elementos tem sido eficazes, mostrando por parte das hierarquias mais baixas algum companheirismo, contrariando assim as opiniões do ano passado, em que se falava em autoritarismo e falta de humildade. Nota-se crescentemente um dinamismo de equipa no combate às chamas por parte dos bombeiros e dos GIPS.Mas a principal questão é a seguinte: os GIPS apresentaram em 2008, a nível nacional, um sucesso nas operações de 98.31%. No distrito de Bragança, em Bornes um sucesso de 96.55%, e na Nogueira um sucesso de 98.61%, e quem lucra com isto é o distrito de Bragança, mas será que este ano, com todas estas questões de desfavorecimento pessoal dos elementos GIPS, conseguirão taxas de sucesso tão elevadas? Com o investimento inicial que fizeram para os GIPS, será compensatória esta poupança/redução de custos exagerada? Não querendo com a desgraça dos outros fazer minhas graças, pois não tirarão os bombeiros para dar aos GIPS, mas concerteza se não retomarem as medidas anteriores, os GIPS serão uma força a enfraquecer, e menos um apoio para nós Bombeiros!
Retirado do site: www.bombeiros .pt secção da crónica semanal
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